Quinzena teve chuva abaixo da média em MS, mas cenário muda até o fim do mês
Todas as cidades do Estado registraram chuva abaixo da média para o período nos primeiros 15 dias de outubro
A primeira quinzena de outubro de 2025 foi marcada por um cenário preocupante em todo Mato Grosso do Sul: os acumulados de chuva ficaram muito abaixo da média histórica em todos os municípios. Dados do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), indicam que entre os dias 1º e 15 de outubro, todas as localidades monitoradas registraram chuva inferior à média esperada para o mês inteiro.
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A primeira quinzena de outubro de 2025 em Mato Grosso do Sul registrou índices pluviométricos significativamente abaixo da média histórica em todos os municípios. Segundo o Cemtec, as regiões extremo sul, sudeste e leste apresentaram acumulados entre 45 e 90 milímetros, enquanto as áreas pantaneira, centro-norte e nordeste registraram entre 0 e 45 milímetros. A previsão indica mudança no cenário a partir de 18 de outubro, com a chegada de áreas de instabilidade que devem trazer chuvas significativas até 1º de novembro, com volumes entre 60 e 250 milímetros. Para o trimestre outubro-novembro-dezembro, o modelo da WMO aponta irregularidade nas precipitações, com possibilidade de variações acima ou abaixo da média histórica.
Nas regiões extremo sul, sudeste e leste, os maiores acumulados ficaram entre 45 e 90 milímetros, enquanto nas regiões pantaneira, centro-norte e nordeste os valores foram ainda menores, variando entre 0 e 45 milímetros. Em Anaurilândia, por exemplo, cidade que apresentou o maior volume registrado no estado, o acumulado foi de 106,6 milímetros, valor ainda assim 8% abaixo da média histórica mensal de 116,2 milímetros.
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Em Campo Grande, os registros também foram muito inferiores ao esperado. O maior volume foi observado na estação do Inmet localizada na Embrapa Gado de Corte, com 27,8 milímetros, representando 82% abaixo da média histórica de outubro, que é de 150,6 milímetros. Outras estações oficiais confirmam o cenário de estiagem: Jardim Panamá registrou 26,4 mm, Vila Santa Luzia 14,4 mm, UFMS 14 mm e a Universitário 13,8 mm, todas com desvios negativos superiores a 80%.
Em outros principais municípios, os déficits foram expressivos: Dourados registrou 65,4 milímetros, 57% abaixo da média de 152 mm; Ponta Porã teve 31 milímetros, um déficit de 79%; e Três Lagoas somou apenas 48 milímetros, 70% abaixo da média.
As regiões pantaneira e centro-norte concentraram os menores índices pluviométricos. Corumbá, por exemplo, registrou valores extremamente baixos: na estação localizada na Fazenda São Francisco foram apenas 1 mm (99% abaixo da média) e em outras localidades da região pantaneira, como Aquidauana (Barranco Alto), o acumulado foi de apenas 2 mm, 98% abaixo da média. Nhumirim (Nhecolândia) teve 6 mm, 93% abaixo, e Porto Murtinho (Ecoa Amolar) registrou 4,8 mm, 94% abaixo. Estes números revelam um quadro de estiagem acentuada na primeira quinzena do mês, em um período que climatologicamente marca o início da estação chuvosa.
No entanto, esse cenário pode começar a mudar a partir deste sábado, 18 de outubro, com a chegada de áreas de instabilidade que devem trazer chuva para várias regiões do estado. Há expectativa de acumulados significativos de precipitação até 1º de novembro de 2025, variando entre 60 e 250 milímetros, com destaque para as regiões centro-sul e sudeste de Mato Grosso do Sul, onde os volumes previstos são mais expressivos.
Essas chuvas poderão atenuar gradualmente o déficit acumulado nas primeiras semanas do mês e melhorar as condições de umidade do solo, essenciais para o avanço das atividades agrícolas e a recarga de reservatórios.
A chegada dessas precipitações também pode contribuir para reduzir os riscos de queimadas e incêndios florestais, que costumam aumentar durante períodos prolongados de estiagem. A tendência meteorológica aponta para uma atuação mais frequente de sistemas frontais e linhas de instabilidade nos próximos dias, favorecendo a ocorrência de chuvas mais generalizadas em boa parte do estado.
Em relação à tendência climática para o trimestre outubro-novembro-dezembro de 2025, o modelo ensemble da WMO (Organização Meteorológica Mundial) indica um cenário de irregularidade nas chuvas, com possibilidade de volumes ficando tanto abaixo quanto acima da média histórica, dependendo da região e da evolução dos sistemas atmosféricos.
Apenas na região sudeste do estado a tendência mostra chuvas ligeiramente abaixo da média histórica para o trimestre, sugerindo que, embora a estação chuvosa esteja se estabelecendo, a distribuição das precipitações pode continuar bastante variável ao longo dos próximos meses.
O Cemtec reforça que, apesar da melhora esperada a partir deste fim de semana, é importante acompanhar as previsões semanais, devido às incertezas inerentes a prognósticos de médio prazo. A intensidade e a distribuição das chuvas ainda podem sofrer variações conforme a atuação dos sistemas meteorológicos regionais e globais.
A expectativa é que, com o retorno gradual das chuvas, Mato Grosso do Sul comece a sair do quadro de estiagem observado nos primeiros quinze dias de outubro. Ainda assim, a irregularidade prevista para o trimestre requer atenção contínua, especialmente para setores como a agricultura, a gestão de recursos hídricos e o monitoramento de eventos extremos.