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Meio Ambiente

Restrições da pandemia reduzem em 25% número de animais silvestres atropelados

Cras registrou queda no atendimento de animais feridos a partir das restrições impostas pela pandemia em MS

Silvia Frias | 29/06/2020 10:26
Arara-canindé, provável vítima de atropelamento no dia 28 de fevereiro e submetida a transplante de bico (Foto/Divulgação)
Arara-canindé, provável vítima de atropelamento no dia 28 de fevereiro e submetida a transplante de bico (Foto/Divulgação)

A pandemia do novo coronavírus (covid-19) restringiu a mobilidade humana, mesmo que não nos índices ideais, e acabou surtindo efeito no meio ambiente. Houve redução em cerca de 25% no número de animais feridos por atropelamento no Estado.

A estimativa é do médico veterinário e responsável técnico pelo Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), Lucas Cazati, com base nos atendimentos feitos no órgão.

A redução foi verificada a partir do fim de março, quando os municípios iniciaram as restrições, como toque de recolher, suspensão do transporte interestadual, fechamento de comércio e, nos casos mais drásticos, lockdown. “Estão sofrendo menos agressão, com menor presença do homem”, disse. Embora não tenha zerado, diz que está relacionado à “exceção do momento que estamos vivendo”.

Um dos últimos casos mais conhecidos foi da arara-canindé encaminhada ao Cras no dia 28 de fevereiro, com muito sangramento. O animal foi submetido a um enxerto heterólogo, sendo submetida ao inédito transplante de bico em uma ave adulta. Antes, os veterinários já haviam feito pequenos procedimentos de reparos em cascos de jabuti, mas o da arara foi mais complexo.

A preocupação, agora, é com o retorno gradativo e a volta da mobilidade. Além disso, a partir de setembro começa o período de reprodução dos papagaios, um dos principais alvos do tráfico de animais no País.

Já em relação aos passeios dos animais silvestres na área urbana, embora chame a atenção, não registraram aumento no período de pandemia, segundo informações do Cras e da PMA (Polícia Militar Ambiental).

Muitos também não chegam a ser resgatados, pois voltam sozinhos para o habitat natural e, por isso, não entram nas estatísticas. Uma das últimas exceções foi a onça que surpreendeu moradores de bairro em Anaurilândia, a 371 quilômetros de Campo Grande. O felino, assustado com o alvoroço humano, subiu em uma árvore e precisou ser resgatado, recebendo atendimento no Cras da Capital e, posteriormente, devolvido à natureza.

Atualmente o Cras abriga cerca de 150 animais, entre onça, papagaios, araras e lobinhos.

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