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Meio Ambiente

Seca se agrava em MS com 3 rios em níveis de estiagem após julho de pouca chuva

A estiagem torna-se preocupante, pois aumenta riscos de queimadas no Estado

Por Inara Silva | 03/08/2025 11:45
Seca se agrava em MS com 3 rios em níveis de estiagem após julho de pouca chuva
Estação de monitoramento no rio Aquidauana (Foto: Imasul)

A falta de chuvas tem impactado negativamente os níveis dos rios de Mato Grosso do Sul. De acordo com o Boletim dos Rios de julho de 2025, divulgado pela Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), a baixa precipitação se intensificou, contribuindo para que três rios afluentes do Paraguai e do Paraná entrem em níveis de estiagem.

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A falta de chuvas em julho de 2025 agravou a situação dos rios em Mato Grosso do Sul, com três afluentes dos rios Paraguai e Paraná atingindo níveis de estiagem. Segundo o Boletim dos Rios do Imasul, oito das 14 estações de monitoramento não registraram precipitações, com volumes muito abaixo da média histórica mensal. Os rios Aquidauana, Pardo e Dourados apresentaram níveis críticos, com cotas significativamente inferiores às de referência. Apesar do cenário preocupante, o Inmet prevê chuvas acima da média histórica para agosto nas regiões centro-sul e sudoeste do estado, podendo atingir 40 milímetros em algumas cidades.

Monitoramento e precipitação

A análise pluviométrica mostrou que, em oito das quatorze estações de monitoramento, não houve registro de chuva durante o mês. Os rios atingidos foram o Piquiri/Cuiabá (nas estações de São José do Piquiri, Pousada Taiamã e São Francisco), o Paraguai (nas estações de Ladário, Porto Esperança e Porto Murtinho), o Taquari (na estação de Coxim) e o Dourados (em Dourados).

As médias históricas mensais de chuva variam de 11 a 61 mm, mas em julho de 2025, as precipitações ficaram abaixo da média em quase todas as estações. A estação Estrada MT-738 registrou o maior volume acumulado, com 17,2 mm, seguida por Palmeiras (13 mm), Aquidauana (8,4 mm), Dourados (8 mm) e Fazenda Buriti (6,2 mm).

Seca se agrava em MS com 3 rios em níveis de estiagem após julho de pouca chuva
Gráfico mostra o nível do rioAquidauana bem abaixo da faixa da normalidade. (Fonte: Boletim dos Rios/Imasul)

A redução é mais evidente nos afluentes, onde a estiagem já está presente em pontos específicos.

  • Bacia do Rio Aquidauana/Miranda: O posto de Aquidauana registrou uma cota média de 198 cm, abaixo da cota de referência para estiagem de 200 cm.

  • Bacia do Rio Paraguai: Bacia do Rio Paraná: Dois rios já estão em estiagem. No Rio Pardo, na Fazenda Buriti, a cota média foi de 304 cm, quase atingindo o nível de estiagem de 303 cm, mas durante o mês houve períodos em que o trecho ficou abaixo da média, atingindo, por exemplo, 291centímetros no dia 31 de julho. No Rio Dourados, a estação em Dourados apresentou uma média de 93 cm, significativamente inferior à cota de estiagem de 112 cm. A manutenção desses baixos níveis fluviais aumenta o risco de queimada.

Seca se agrava em MS com 3 rios em níveis de estiagem após julho de pouca chuva
Gráfico mostra nível do rio Dourados bem abaixo da faixa de normalidade (fonte: Boletim dos Rios/Imasul)

Desafios no monitoramento

O boletim mensal, mantido pelo Imasul, utiliza dados do Sistema HIDRO, da Ana (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). No entanto, a coleta de dados enfrenta desafios: a estação de Cassilândia continua inoperante, sem transmitir dados desde 25/01/2025, e outras estações, como Estrada MT-738, Porto Murtinho e Ladário, têm apresentado inconsistências ou interrupções na transmissão.

A rede de monitoramento, com 14 estações telemétricas, está distribuída nas seguintes bacias: Bacia do Rio Paraguai: Rios Piquiri, Cuiabá, Paraguai, Miranda, Aquidauana e Taquari; e Bacia Hidrográfica do Paraná: Rios Aporé, Pardo e Dourados.

Previsão de mês chuvoso

Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) a estiagem deve continuar em agosto em todo o Centro-Oeste, no entanto, Mato Grosso do Sul será uma exceção nas regiões centro-sul e sudoeste do Estado, com o registro de chuva acima da média histórica. O acumulado do mês pode atingir 40 milímetros nas cidades como Ponta Porã, Iguatemi, Dourados e Porto Murtinho.