Sobrevivente dos incêndios no Pantanal, Itapira é flagrada "relaxando" em árvore
Registro foi feito pela bióloga e Giovanna Leite em Miranda, a cerca de 200 quilômetros de Campo Grande
Itapira, a onça-pintada que ficou famosa por sobreviver aos incêndios que atingiram o Pantanal em 2024, foi flagrada descansando em cima de um ipê-roxo. O registro foi feito pela bióloga e guia de safari, Giovanna Leite, na Fazenda Caiman, em Miranda, a cerca de 200 quilômetros de Campo Grande.
RESUMO
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Itapira, uma onça-pintada famosa por sobreviver aos incêndios no Pantanal em 2024, foi recentemente avistada descansando em um ipê-roxo na Fazenda Caiman, Mato Grosso do Sul. O vídeo, publicado em 6 de fevereiro, mostra a onça relaxada e atenta ao seu entorno, após um tratamento de queimaduras e sua reintrodução à natureza. Esse comportamento, de onças subindo em árvores, é mais comum em fêmeas, principalmente com filhotes, sendo utilizado frequentemente para descanso, conforme estudo realizado na região.
Apesar de o vídeo ter sido feito no final do ano passado, foi publicado somente nessa segunda-feira (6). Pela imagem, é possível perceber que a oncinha estava completamente relaxada durante o safari que acontecia no Pantanal.
Conforme o texto da publicação, de vez em quando Itapira olhava para baixo, conferindo quem se aproximava. "Apesar de atenta e cautelosa, nada interrompeu o seu descanso merecido", diz o texto.
A onça ficou mais de 50 dias em tratamento para queimaduras em Brasília, em um centro de referência em tratamento intensivo, e retornou a Mato Grosso do Sul em 5 outubro de 2024. Ela foi devolvida à fazenda Caiman, no local em que nasceu e é monitorada.
No mês seguinte, Itapira foi vista pela primeira vez na natureza. O último registro, da onça em cima da árvore, mostra que o bichano está tranquilo com as equipes de monitoramento e se readaptando ao habitat natural.
Estudo produzido por pesquisadores da Onçafari, Instituto SOS Pantanal, Panthera, Instituto Pró-Carnívoros, USP (Universidade de São Paulo) e UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), com dados coletados entre 2013 e 2020, na fazenda Caiman, registrou 252 momentos de onças subindo em árvores no Pantanal.
A maioria das vezes, 39.68%, eram onças fêmeas com filhotes, seguido por onças fêmeas, 37.70%, seguido por somente filhotes, 20.64%. Em apenas 1.98% dos casos registrados pelos pesquisadores era de onça macho subindo em árvores.
Por meio de observação direta, foram feitos 155 avistamentos. Em 80% dos casos, as fêmeas adultas que estavam sobre os galhos das árvores estavam descansando. Em 8 desses avistamentos, as onças tinham sido perseguidas por queixadas e se refugiavam no alto.
O estudo ainda mostra que o comportamento de subir em árvores é motivado por situações diferentes dependendo da região do país. Na Amazônia, por exemplo, o comportamento ocorre devido às cheias da região, em que a água ultrapassa os 10 metros.
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