Veja quais cidades de MS são mais vulneráveis à seca causada por crise climática
Plataforma do Governo mostra qual nível de impacto nos recursos hídricos e segurança alimentar de MS
A mudança climática sequestrou o debate no Brasil. Porém, um dos maiores entraves para esse debate avançar é a falta de dados objetivos e monitoramento constante para avaliar os impactos das mudanças, tanto imediatos, quanto futuros.
Após a tragédia que atinge o Rio Grande do Sul, muitos se perguntaram como as autoridades não conseguiram prever minimamente os estragos da chuva. Eles não sabiam das condições prévias do Estado?
Mas e em Mato Grosso do Sul, quão vulneráveis são as cidades de quando falamos de mudança climática?
Quem tem a reposta é o Sistema de Informações e Análises sobre Impactos das Mudanças do Clima (AdaptaBrasil MCTI), uma plataforma que analisa os impactos da mudança do clima no Brasil.
Em sua metodologia, AdaptaBrasil MCTI divide os impactos da mudança climática nos campos da segurança alimentar, segurança energética, saúde, infraestrutura portuária, desastres geo-hidrológicos, infraestrutura ferroviária e infraestrutura rodoviária.
Para fins desta reportagem, vamos analisar dois destes campos: recursos hídricos e segurança alimentar.
Recursos hídricos
Dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, 48 têm vulnerabilidade considerada média, 24 têm vulnerabilidade considerada baixa, seis com vulnerabilidade alta e apenas um, Rio Verde, é considerada com grau muito alto de vulnerabilidade, tudo isso no campo dos recursos hídricos.
A plataforma avalia como vulnerável o grau de suscetibilidade a danos relacionados a transformação do sistema socioecológico, quando confrontado com uma ameaça, no caso a seca. “A vulnerabilidade está associada às situações de sensibilidade e capacidade adaptativa do sistema socioecológico às alterações climáticas (seca). Assim, o Índice de Vulnerabilidade é resultante da composição dos índices de Sensibilidade e Capacidade Adaptativa”, diz o estudo.
Rio Verde de Mato Grosso aparece como única cidade em vermelho, ou seja, com grau muito alto de vulnerabilidade, que também é aferido em pontuação, de 0,00 a 1,00. Rio Verde no caso é 0,81.
A plataforma coloca como fatores influenciadores para esse índice, “nível de atuação nos comitês de bacia”, falta de “programas e ações contra impactos da seca”, “alternativas de abastecimento de água”, entre outros.
Outros seis municípios têm índice alto de vulnerabilidade às mudanças climáticas no campo dos recursos hídricos em condições de seca. São eles: Porto Murtinho, Caracol, Bela Vista, Rio Negro, Fiqueirão e Ivinhema. Todo o restante é ou índice médio, ou baixo, nenhum muito baixo.
Segurança alimentar
Já no campo da segurança alimentar, a plataforma traz o nível de vulnerabilidade com seca e chuva. Em cenário de seca, seis municípios têm grau muito alto de vulnerabilidade. São eles: Porto Murtinho, Ladário, Bela Vista, Coronel Sapucaia, Sete Quedas e Água Clara.
Outras 23 cidades estão com índice alto de vulnerabilidade. O restante está em nível médio ou baixo.
No contexto da Chuva, Mato Grosso do Sul parece estar mais preparado. Nenhuma cidade está com nível muito alto ou alto de vulnerabilidade. 18 cidades estão com índice muito baixo e o restante ou níveis baixos, ou médio.
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