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Meio Ambiente

Ventos fortes derrubam 15 ninhos de araras com ovos e filhotes em Campo Grande

Conforme o Instituto Arara Azul, seis aves não resistiram e outras foram encaminhadas ao CRAS

Por Judson Marinho | 17/11/2025 15:16


RESUMO

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Ventos fortes e chuvas intensas em Campo Grande causaram a queda de 15 ninhos de araras-canindé e maracanãs-de-cara-amarela entre setembro e novembro. Muitos desses ninhos continham ovos e filhotes, resultando em perdas significativas. O Instituto Arara Azul registrou sete ovos e 21 filhotes afetados, com seis mortes e outros encaminhados para reabilitação ou realocados em ninhos artificiais. O trabalho de resgate e recuperação foi intensificado após alertas da população, destacando a importância do envolvimento comunitário. O projeto Aves Urbanas - Araras na Cidade, iniciado em 1999, monitora o sucesso reprodutivo das araras-canindé, espécie pouco estudada em vida livre, visando garantir a conservação dessas aves a médio e longo prazo.

As chuvas alinhadas a ventos fortes em Campo Grande impactaram a biodiversidade da cidade conhecida por abrigar diversas espécies de aves. De acordo com dados do Instituto Arara Azul, as tempestades que ocorreram entre setembro e o início de novembro derrubaram 15 ninhos ativos de araras-canindé e maracanãs-de-cara-amarela.

Muitos desses ninhos destruídos continham ovos e filhotes que acabaram morrendo com as quedas, tendo perdas totais ou parciais por ninho afetado.

Conforme informações do instituto, a arara-canindé foi a espécie mais afetada, com sete ovos perdidos e 21 filhotes impactados. Desta espécie, seis não resistiram, seis foram encaminhados ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) e nove passaram por manejo especializado, sendo realocados para ninhos artificiais ou tendo seus ninhos recuperados.

Alertado pela população sobre as ocorrências e ciente da situação observada durante a vistoria de animais monitorados, o Instituto Arara Azul, organização não governamental que tem como finalidade a promoção da conservação ambiental, detalhou que, após as chuvas com ventos fortes, o trabalho foi intensificado para garantir que os filhotes de arara continuassem recebendo atenção dos pais.

O trabalho ambiental de resgate dos filhotes e recuperação dos ninhos está sendo realizado através do projeto Aves Urbanas - Araras na Cidade, do Instituto Arara Azul.

Ao Campo Grande News, a bióloga e pesquisadora do projeto Aves Urbanas, Larissa Tinoco, informou que o manejo de recuperação dos ninhos é realizado e avaliado de forma individual dependendo de cada caso.

"Tem ninhos em que apenas parte se quebra e fazemos a recuperação para evitar que os filhotes caiam do ninho, ou entre muita água da chuva. Há outros em que os ninhos ficam totalmente destruídos e se houver uma árvore próxima, instalamos um ninho artificial para manejar os filhotes. Primeiro avaliamos se os filhotes estão bem e depois avaliamos qual a melhor manejo para os filhotes", descreveu.

A bióloga também explica que os casos onde os pais dos filhotes de arara deixam de cuidar momentaneamente das crias acontecem quando é necessário a instalação de um ninho artificial.

"A perda do ninho natural é um trauma para os pais e quando os filhotes são manejados para um ninho artificial, cada casal tem seu tempo de aproximação do novo ninho, e tem casal que demorou alguns dias, isso está relacionado também com a experiência do casal com reprodução. Nos casos em que os pais demoraram mais de 24 horas para entrar no ninho, os filhotes foram alimentados pela nossa equipe e monitorados diariamente até serem alimentados novamente pelos pais.

Projeto Aves Urbanas - O projeto começou a acompanhar a migração das araras para Campo Grande em 1999 e tem como objetivo principal monitorar o sucesso reprodutivo da arara-canindé e analisar os resultados, ao longo dos anos, com o desenvolvimento da cidade.

Segundo informações do instituto, embora seja comum e com ampla distribuição, a arara-canindé era pouco estudada em vida livre. E os estudos detalhados sobre o seu sucesso reprodutivo são importantes para monitorar a população a médio e longo prazo.