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Meio Ambiente

Você vive em um bairro verde o suficiente? Faça o teste com a regra “3-30-300”

Bióloga lembra que investimento de R$ 1 em arborização economiza R$ 5 em saúde e energia

Por Gabriela Couto | 13/06/2025 09:12
Você vive em um bairro verde o suficiente? Faça o teste com a regra “3-30-300”
Árvores dividem espaço com casas e prédios na Capital (Foto: Arquivo/Osmar Veiga)

Em tempos de mudanças climáticas e calor recorde, uma solução simples, barata e eficiente pode estar mais perto do que se imagina: plantar árvores. Segundo a bióloga e doutora em Ecologia Silvia Rahe Pereira, cada R$ 1 investido em arborização urbana gera uma economia de R$ 5 para o município, principalmente nas áreas de saúde, energia elétrica e qualidade de vida.

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Campo Grande investe em arborização urbana como estratégia para combater mudanças climáticas e melhorar a qualidade de vida. Cada real aplicado retorna cinco em economia para o município, principalmente em saúde, energia e bem-estar, segundo a bióloga Silvia Rahe Pereira. A especialista destaca a importância das árvores na redução da poluição, controle de enchentes e no conforto térmico. A capital sul-mato-grossense, detentora do título de cidade mais arborizada do Brasil em vias públicas, segue a regra "3-30-300" do Ministério do Meio Ambiente. Apesar dos avanços, desafios como a escassez de recursos e a resistência de parte da população em plantar árvores em calçadas persistem. A educação ambiental é apontada como fundamental para conscientizar sobre os benefícios da arborização, essencial para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas com justiça social.

A afirmação foi feita durante a palestra “Arborização urbana e planejamento de cidades verdes: adaptando as cidades às mudanças climáticas”, ministrada no seminário A Justiça e os Desafios Socioambientais Contemporâneos, realizado nesta quinta-feira (12), em Campo Grande. Silvia é auditora fiscal de meio ambiente da Prefeitura de Campo Grande e especialista no tema.

“As árvores ajudam a reduzir a poluição do ar, controlar enchentes, refrescar a cidade, melhorar a saúde da população e até diminuir gastos com energia. Tudo isso com um custo baixo, se comparado a outras infraestruturas urbanas”, explicou.

Campo Grande ocupa oficialmente o posto de capital mais arborizada do Brasil em vias públicas. Esse resultado é fruto de um trabalho iniciado com o Plano Diretor de Arborização Urbana, criado em 2011, e atualmente em processo de revisão.

A cidade foi também a primeira do país a aplicar a regra “3-30-300”, recomendada pelo Ministério do Meio Ambiente. Essa métrica busca garantir que cada cidadão:

  • veja 3 árvores de sua casa,

  • more em bairros com pelo menos 30% de cobertura vegetal,

  • esteja a no máximo 300 metros de uma área verde.

Campo Grande não vive essa realidade, mas a bióloga garante que a cidade está perto. “Hoje temos mapeado, bairro a bairro, onde precisamos plantar mais árvores. Campo Grande está bem, mas ainda pode melhorar”, afirmou Silvia.

Mesmo com todo o avanço, os desafios continuam. A falta de recursos financeiros, a resistência da população em plantar árvores nas calçadas e a pouca valorização da arborização como política pública dificultam o processo.

“Muita gente diz que ama árvores, mas não quer uma na frente de casa. Falta informação e educação ambiental para mostrar os benefícios. Precisamos planejar a cidade para todos e enfrentar os efeitos do clima com justiça”, disse.

Silvia citou um experimento feito durante uma onda de calor em Campo Grande, em setembro de 2023: dois carros foram deixados sob o sol e sob árvores. Após uma hora, o carro ao sol atingiu 56°C, enquanto o que estava sob a sombra das figueiras ficou em 30°C.

“É uma diferença de 26 graus. Isso afeta a saúde, o desempenho no trabalho, o aprendizado. Quem anda de ônibus, trabalha na rua, sente muito mais. A arborização não é luxo, é necessidade”, defendeu.

A especialista lembrou que arborizar vai além do plantio. É preciso escolher a árvore certa para cada lugar, cuidar ao longo dos anos e envolver toda a cidade no processo.

“As árvores são organismos vivos. Elas precisam ser tratadas como parte da infraestrutura da cidade. É um investimento inteligente e urgente, principalmente diante das mudanças climáticas que já estamos vivendo”, concluiu.

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