O gato abandonou a caixa de areia? Veterinárias explicam o que fazer
Tipo de substrato, problema de saúde e falta de limpeza da caixa podem estar espantando os felinos
Um dos principais itens dentro de casa, ao adotar um gato, é a caixinha de areia, para garantir que os felinos criem o hábito de utilizar um lugar específico para fazer suas necessidades. Quando eles “desapegam” da caixinha ou insistem em depositar seus dejetos em locais inadequados, isso pode acabar se tornando um problema para os tutores, considerando que elas também auxiliam na higiene da casa.
O tipo de substrato, problema de saúde e falta de limpeza da caixa são os principais fatores que podem estar fazendo com que os gatos abandonem a caixa de areia. Além disso, se no ambiente convivem dois gatos ou mais, a localização das caixas também pode ser um problema.
Uma das principais características dos gatos é o ato de enterrar os dejetos, como uma forma instintiva de se ‘defender’ de predadores, por isso, também é importante se certificar de que a caixa possui um tamanho adequado para o conforto do gato.
Para te ajudar a enfrentar esse “problemão”, o Lado B convidou as médicas veterinárias Aline Harada e Beatriz Candolo para darem dicas de como tornar a caixinha atrativa novamente.
Meu gato abandonou a caixa de areia, e agora?
Se o seu gato abandonou a caixinha, a médica veterinária Aline Harada explica que o primeiro passo é verificar se há algo incomodando o animal.
“Gatos são animais muito limpos e sensíveis ao ambiente. O ideal é que a caixa esteja sempre limpa e em um lugar tranquilo. Se ele está preferindo outro local, você pode tentar colocar a caixa lá, depois de limpar bem o ambiente onde ele está fazendo suas necessidades”, indica a veterinária.
Para evitar que o gato largue a caixa de areia, Aline orienta que o ideal é mantê-la sempre limpa, fazer a troca de areia regularmente e garantir que a caixa esteja em um local acessível e tranquilo, longe de ruídos ou distrações.
Além disso, mudar o tipo de areia também pode ajudar. Existem várias opções como a areia de sílica e a areia biodegradável de mandioca e milho, por exemplo. Em último caso, vale levar o animal para uma consulta, pois doenças como infecção urinária também fazem com que eles evitem a caixa.
Outro fator é o acesso ao ambiente externo. Se os felinos têm contato com a grama e a terra, pode ser que ele tenha feito a opção de estar usando o quintal como banheiro. Nesse caso, a médica veterinária Beatriz Candolo orienta a investir em um bom substrato.
“Atualmente existem substratos bem confortáveis para os gatos, e utilizando as caixinhas de areia com estratégia, podemos conseguir fazer com que ele volte a usá-las”.
Organização também é importante
O conforto é o principal fator para os gatos utilizarem a caixa de areia. Por isso, a médica veterinária especialista em medicina felina, Beatriz Candolo, explica que as caixas de areia dos gatos devem ser grandes e fundas. Quanto ao comprimento, este deve ser de, pelo menos, um gato e meio.
“Eles precisam de espaço para virarem lá dentro [da caixa], conseguirem cavar e tampar direitinho. Os gatos são animais extremamente higiênicos e acostumados a esconder os dejetos até por questão de segurança, para se “esconderem” de predadores. Se eles não estão usando a caixinha e estão usando o chão, por exemplo, podemos estar tendo problemas no tamanho das caixas”, explica a veterinária.
Em relação à quantidade de caixas de areia disponíveis, a profissional diz que são necessárias o número de gatos mais um. Ou seja, se tem um gato, duas caixas; se tem dois, três caixas, e assim por diante.
Elas também devem ser colocadas em locais estratégicos, sem barulho, e onde o gato se sinta seguro, tanto em relação aos outros gatos quanto aos humanos. No caso de ambiente com muitos gatos, elas devem ser distribuídas em vários locais da casa, pois conforme explica Beatriz, se tiver várias caixas uma ao lado da outra, para o gato, é como se fosse uma única caixa.
Como lidar com o mau cheiro
O cheiro das fezes e do xixi dos felinos pode ser controlado com ações simples. Para isso, é necessário manter a caixa limpa e remover os dejetos diariamente. Além disso, Aline enfatiza que é preciso trocar a areia com frequência e lavar bem a caixa com água e sabão ou desinfetante hospitalar (lysoform, Herbalvet).
“Existem areias específicas que ajudam a controlar o cheiro, como as de sílica ou aquelas com odores que absorvem melhor. Se o mau cheiro persistir, pode ser um sinal de que a caixa precisa ser trocada por uma nova ou que o gato pode estar com algum problema de saúde”, orienta a veterinária.
Adotei um filhote, e agora?
Segundo a veterinária Aline, os gatos filhotes geralmente têm mais facilidade para aprender a usar a caixa de areia, especialmente se forem expostos a ela desde cedo. O ideal é colocar a caixa em um lugar tranquilo e mostrar ao felino onde ela está.
A partir daí, é tudo na base do ensino e paciência. Quando o filhote fizer as necessidades no local errado, tem que levá-lo até a caixa, que também deve ser mantida limpa e com fácil acesso. “Ele logo aprenderá que é lá que deve fazer as necessidades, e o filhote provavelmente começará a usar a caixinha de forma intuitiva”.
Caso o filhote não seja ensinado desta forma desde cedo, e esteja acostumado a fazer as necessidades pela casa, ainda é possível aprender. A veterinária Beatriz orienta que uma solução é deixar o gatinho retido em um ambiente menor, com água, alimentos, brinquedos e a caixa, para ele não se perder pela casa. “Podemos colocá-lo lá dentro e mostrar como ele deve cavar, eles aprendem muito fácil”.
Adotei um adulto, e agora?
Se você adotou um gato adulto, seja de rua ou abrigo, e que nunca tenha tido o costume de utilizar a caixa de areia, ainda dá para ensinar, porém, a função demandará mais tempo e paciência.
“Coloque o gato dentro da caixa algumas vezes, principalmente após as refeições ou quando ele acordar, já que eles têm mais propensão a fazer necessidades nessas horas. Se ele fizer nas áreas erradas, leve-o até a caixa e limpe bem o local para remover o cheiro. Evite punições, e use recompensas, como petiscos e carinho, quando ele usar a caixa corretamente”, ensina a veterinária Aline.
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