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Política

Adesão popular e isolamento político marcam primeiro ato público de Bernal

Aline dos Santos e Antonio Marques | 26/08/2015 09:46
Bernal (à direita) ganha apoio de eleitor em desfile do aniversário de Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)
Bernal (à direita) ganha apoio de eleitor em desfile do aniversário de Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)

No primeiro discurso ao povo, Alcides Bernal (PP), que reassumiu a prefeitura de Campo Grande após um ano e cinco meses da cassação, com direito a um retorno relâmpago ao poder, adotou um tom de união, combate à corrupção e pacto pela cidade, que hoje comemora aniversário de 116 anos. Apesar do apoio popular, a volta foi marcada pelo mesmo isolamento político.

“Vamos melhorar a cidade, sem pegar cafezinho e com dinheiro público investido em serviço de qualidade”, afirma Bernal a um público de 20 mil pessoas. De acordo com investigação da operação Lama Asfáltica, realizada pela PF (Polícia Federal) em 9 de julho, café era a senha para pagamento de propina.

Ontem, a palavra em inglês deu nome à operação Coffee Break, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A investigação foi um desdobramento da ação da PF e apura esquema envolvendo empresários e vereadores para compra de votos que resultaram na cassação de Bernal em março de 2014.

Ontem, também foi determinado o afastamento de Gilmar Olarte (PP), que administrava a cidade desde então. Ainda na terça-feira, o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) deu decisão favorável ao retorno de Bernal.

De novo no cargo, o prefeito pediu hoje que as pessoas confiem nas instituições públicas e agradeceu ao Poder Judiciário, Ministério Público, Gaeco e à Polícia Federal.

Bernal também pediu o apoio dos funcionários públicos, em especial aos médicos (que estão em greve) e aos professores (que saíram esta semana de uma longa paralisação). “O objetivo é garantir os serviços na normalidade, confio na força do trabalho. Unidos, vamos colocar na cidade nos trilhos. Independente de cor partidária, classe social, Campo Grande precisa de união para sair da crise”, salienta.

Contudo, o isolamento político, que marcou sua gestão, perdurou nas primeiras horas como prefeito. Apesar de só retornar formalmente amanhã aos trabalhos, a presença de Bernal e o desfile da Capital do Estado não atraíram a classe política. No palanque de autoridades, somente vereadores que o apoiavam e um deputado estadual, além das pessoas que formavam o primeiro escalão da prefeitura até a cassação de Bernal.

Compareceram os vereadores Luiza Ribeiro (PPS), Paulo Pedra (PDT), Ayrton Araújo (PT) e Thaís Helena (PT). O deputado estadual presente foi Felipe Orro (PDT). O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não compareceu. A novidade foi só a presença do vereador Roberto Santana dos Santos (PRB), o Betinho, que até então era da base de Olarte. Conforme a PM (Polícia Militar), a festa reúne 20 mil de pessoas de público e seis mil desfilando.

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