Apenas 15% do rombo do INSS foi identificado, diz Beto Pereira
Segundo o deputado, a investigação revela estrutura complexa de fraudes

Ao fazer um balanço dos 60 dias de atividades da CPMI do INSS, o deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS) afirmou que até agora foram detectados apenas 15% do tamanho do rombo no sistema previdenciário.
RESUMO
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS identificou apenas 15% do rombo no sistema previdenciário, segundo o deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS). Em 60 dias de trabalho, a comissão ouviu 12 pessoas e descobriu uma estrutura complexa de fraudes envolvendo descontos indevidos e empresas laranjas. A investigação revelou ostentação por parte dos envolvidos, com apreensão de mansões e carros de luxo pela Polícia Federal. A CPMI enfrenta desafios com sete habeas corpus concedidos pelo STF a testemunhas e busca aprimorar a legislação, responsabilizar fraudadores e recuperar valores desviados dos cofres públicos.
A comissão já ouviu 12 pessoas, entre ex-diretores do INSS, ex-ministros da Previdência e representantes de associações e sindicatos.
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Segundo Beto, a investigação revela uma estrutura complexa de fraudes, com empresas que realizavam descontos indevidos, lobistas que buscavam autorizações irregulares e “empresas laranjas” para ocultar os recursos desviados.
“A cada depoimento, fica evidente que a organização não tinha pudor nem medo”, afirmou o deputado.
Beto também criticou a ostentação dos envolvidos. Mansões, festas, Ferraris e réplicas de carros de Fórmula 1 já foram apreendidos pela Polícia Federal. “O que fez a ‘casa cair’ para esse grupo era o prazer de ostentar”, destacou.
CPMI enfrenta blindagem judicial
O parlamentar alertou que a CPMI precisa ter soberania para investigar. Até agora, o STF concedeu sete habeas corpus a testemunhas, permitindo que fiquem em silêncio durante os depoimentos.
Beto explicou os três pilares da CPMI:
Aprimorar a legislação para proibir descontos indevidos na folha de pagamento.
Responsabilizar os envolvidos nas fraudes.
Investigar as empresas para buscar o ressarcimento dos valores desviados.
Um avanço importante, segundo o deputado, foi a aprovação do texto-base do PL 1546/24, que impede descontos ilegais de aposentados e pensionistas na folha de pagamento. “O INSS não pode atuar como intermediário em relações privadas entre beneficiários e sindicatos. A associação deve ser feita diretamente pelo aposentado ou pensionista, de preferência de forma presencial”, afirmou.
A CPMI segue trabalhando para identificar irregularidades, responsabilizar envolvidos e proteger os direitos dos aposentados e pensionistas.