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Capital

TJ nega nulidade de júri e aumenta penas por execução de Playboy da Mansão

Condenações de Jamil Name Filho e Marcelo Rios subiram para 21 anos e 10 meses de reclusão

Por Anahi Zurutuza | 15/10/2025 15:24
TJ nega nulidade de júri e aumenta penas por execução de Playboy da Mansão
Ao fundo Jamil Name Filho, que acompanhou todo o julgamento por videoconferência, em sala no Presídio Federal de Mossoró, e abaixo: de camisa rosa, Marcelo Rios (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Em julgamento nesta terça-feira (14), a 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negou pedidos das defesas de Jamil Name Filho, do policial federal Everaldo Monteiro de Assis e do ex-guarda Marcelo Rios que poderiam anular o júri do Caso Playboy da Mansão. Os desembargadores, por sua vez, acolheram a apelação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) para aumentar as penas dos condenados pelo homicídio de Marcel Costa Hernandes Colombo.

RESUMO

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A 2ª Câmara Criminal do TJMS aumentou as penas dos condenados pelo assassinato de Marcel Colombo, conhecido como Playboy da Mansão. Jamil Name Filho e Marcelo Rios tiveram suas sentenças elevadas para 21 anos e 10 meses, enquanto o policial federal Everaldo Monteiro recebeu 16 anos de reclusão. O crime ocorreu em 2018, quando Colombo foi morto com cinco tiros nas costas em uma cachaçaria de Campo Grande. O caso faz parte da Operação Omertà, que desarticulou organização criminosa envolvida em pistolagem e jogos de azar, resultando em mais de 20 ações penais com penas próximas a 300 anos.

Em setembro do ano passado, Name, acusado de mandar matar Colombo, e o ex-guarda civil metropolitano, apontado como o arquiteto do plano de assassinato, foram condenados em júri popular a 15 anos de prisão. Já o PF, que foi parar no banco dos réus por fornecer dados sigilosos sobre o alvo aos executores do assassinato, teve pena fixada em 8 anos e 4 meses de reclusão.

Com a nova decisão, agora em segundo grau, o mandante e Marcelo Rios tiveram suas penas elevadas para 21 anos e 10 meses de reclusão, enquanto o policial federal teve a pena aumentada para 16 anos de reclusão.

Na apelação, o Gaeco argumentou que as penas aplicadas não refletiam a alta reprovabilidade das condutas dos condenados, destacando o caráter premeditado do crime e o envolvimento de agentes públicos na prática criminosa.

Foi acolhido, ainda, o pedido de execução imediata das condenações, com base na soberania dos veredictos do Tribunal do Júri, conforme entendimento consolidado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Name e Rios estão presos atualmente no Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O policial federal está solto e, com a decisão, passará a cumprir a pena. Além da prisão, ele foi condenado à perda do cargo público.

TJ nega nulidade de júri e aumenta penas por execução de Playboy da Mansão
Execução de Marcelo Colombo foi filmada por câmera de segurança (Foto: Reprodução)

O crime – Marcel Colombo, empresário em Campo Grande de 31 anos, foi morto em 18 de outubro de 2018. Ele estava em uma cachaçaria com amigo, sentado em deck próximo à calçada da Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando o atirador desceu de moto e se aproximou.

Seis tiros atingiram a vítima: um de raspão e os outros cinco, pelas costas. Ela morreu sentada no estabelecimento. O amigo de “Playboy” ficou ferido durante o atentado.

A história, porém, remonta a 2016, quando houve desentendimento entre Name Filho e a vítima em uma boate da Capital, segundo o próprio acusado de ser o mandante do crime, por causa de um balde de gelo.

Omertà – A execução foi uma das investigadas pela Operação Omertà, deflagrada pelo Gaeco e pela Garras (Delegacia Especializada na Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) em 2019, para desarticular organização criminosa armada com atuação em Campo Grande, envolvida em pistolagem, lavagem de dinheiro, exploração do jogo do bicho e corrupção de agentes públicos.

Com sete fases, a operação resultou em mais de 20 ações penais, que já somam penas próximas de 300 anos de prisão. A força-tarefa que uniu a polícia e o Ministério Público em uma investida contra a organização criminosa foi batizada com termo italiano que faz referência à lei do silêncio imposta pela máfia.

Os líderes da milícia, conforme a investigação, eram Jamil Name e o filho, empresários influentes na Capital, que atuaram por décadas sem enfrentar resistência por parte das autoridades.

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