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Política

Assembleia quer audiência com ministros de Temer sobre crimes na fronteira

Deputados querem ajuda do governo federal, especialmente em Ponta Porã

Mayara Bueno e Leonardo Rocha | 22/06/2016 11:58
Sessão na Assembleia Legislativa. Da esquerda para a direita, a deputada Grazielle Machado e Paulo Correa, ambos do PR, e Flávio Kayatt (PSDB). (Foto: Roberto Higa e Victor Chileno/ALMS)
Sessão na Assembleia Legislativa. Da esquerda para a direita, a deputada Grazielle Machado e Paulo Correa, ambos do PR, e Flávio Kayatt (PSDB). (Foto: Roberto Higa e Victor Chileno/ALMS)

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul quer uma audiência com os ministros de Justiça e de Relações Exteriores para discutir a região de fronteira e os recentes crimes em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã, município brasileiro. A ideia foi levantada nesta quarta-feira (22) no Legislativo Estadual.

Prefeito de Ponta Porã por dois mandatos (de 2004 a 2012), o deputado estadual Flávio Kayatt (PSDB), lembrou que há alguns anos a cidade não tinha base de tráfico de cocaína, enquanto atualmente “existe uma guerra de facções”. Ele solicitou à mesa diretora da casa de leis a organização do debate com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes e o de Relações Exteriores, José Serra.

Para a Justiça, a solicitação é por estrutura, monitoramento, vigilância e investimentos para colocar o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento da Fronteira), além de aumento de efetivo de policiais federais. Da Relações Exteriores, a demanda é para que seja estabelecido uma ação conjunta entre os governos brasileiro e paraguaio. “Não adianta cuidar de Ponta Porã e esquecer Pedro Juan”, disse.

A situação de insegurança na fronteira ficou mais evidente recentemente, após a execução do traficante Jorge Rafaat. Ele foi morto com a tiro de uma metralhadora antiaérea de calibre 50. Dias depois, três pessoas foram mortas durante um jogo de vôlei. A polícia paraguaia descarta ligação entre os dois crimes.

Kayat lembrou ainda que, em Pedro Juan, há cinco faculdades de Medicina com 4,8 mil acadêmicos. Muitos deles são brasileiros. Os jogos escolares que estavam previstos para esta semana também foram cancelados “pelo clima de terror”.

O presidente da Assembleia, deputado Junior Mochi (PMDB), sugeriu os parlamentares façam antes uma reunião com as forças de segurança do Estado, com os comandantes das polícias Militar e Civil, além do secretário da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), José Carlos Barbosa. Depois, disse, marcar audiência com a União. A ideia é que o encontro aconteça em Campo Grande, até para reunir também prefeitos e comerciantes da região de fronteira. Caso não seja possível, os parlamentares vão a Brasília.

Redistribuição – O ex-prefeito de Ponta Porã também sugeriu redistribuição de efetivo naquela região. Destacou que, em Campo Grande, há 3,1 policiais militares e o interior recebe 2,6 mil. “Gostaria que houvesse maior presença no interior. Precisa de uma readequação, principalmente naquela região de fronteira”.

Para o deputado Coronel Davi (PSC), que já atuou no comando da Polícia Militar, precisam ser feitos incentivos para que os profissionais queiram trabalhar na fronteira. A sugestão dele seria o governo criar um adicional de periculosidade, já que o risco “é muito maior na fronteira no que em outras cidades”.

A urgência em pedir ajuda ao governo federal se deve porque, por ser região de fronteira e se tratar de crime de tráfico, a atuação principal é da União. “Ou o governo repassa mais dinheiro para o Estado, para que MS possa se organizar para agir ou envia mais efetivo e estrutura”, concluiu Mochi.

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