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Política

Auditoria investiga R$ 285 milhões em emendas Pix para MS e 2 prefeituras

Além do Estado, Campo Grande e Três Lagoas deverão apresentar relatório detalhando os gastos com o recurso

Por Fernanda Palheta | 20/09/2024 13:29
Congresso Nacional onde as emendas parlamentares são apresentadas (Foto: Congresso Nacional)
Congresso Nacional onde as emendas parlamentares são apresentadas (Foto: Congresso Nacional)

O Estado de Mato Grosso do Sul e os municípios de Campo Grande e Três Lagoas deverão prestar contas à CGU (Controladoria-Geral da União) sobre R$ 285 milhões recebidos por meio de emendas individuais impositivas e de transferências especiais, as chamadas emendas Pix.

Os três estão na lista da auditoria da União pois aparecem no ranking dos Estados e municípios que mais receberam recursos de parlamentares, mas sem a devida transparência entre 2020 e 2024.

Segundo dados do Portal da Transparência da CGU, o Estado foi a entidade sul-mato-grossense que mais recebeu recurso por emenda Pix, somando R$ 260.068.358,00 em todo o período, sendo R$ 2 milhões em 2020; R$ 27 milhões em 2021; R$ 35 milhões em 2022; R$ 120 milhões em 2023 e R$ 74 milhões nos primeiros nove meses de 2024.

Na sequência está Campo Grande, com R$13.859.519,00 e Três Lagoas, que recebeu R$ 11.733.241,00.

O levantamento realizado pela reportagem do Campo Grande News considerou apenas as emendas destinadas por deputados federais e senadores da bancada de Mato Grosso do Sul no período que será auditado e já foram pagas pelo governo federal.

Os três entes federativos de Mato Grosso do Sul deverão preencher um formulário eletrônico detalhando o uso dos recursos recebidos. O documento deverá ser enviado até a próxima sexta-feira (27). Com as informações colhidas, a CGU vai consolidar as informações e fazer trabalhos de campo por amostragem.

Sem transparência - Na modalidade batizada de Pix, o repasse das emendas individuais acontece com dispensa de vários critérios técnicos. Os valores são transferidos diretamente para o caixa de prefeituras ou Estados, sem a necessidade de apresentação de projeto, justificativa ou indicação de onde o montante será aplicado.

O mecanismo, criado em 2019, por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), abre as portas para possíveis desvios e ineficiência no uso de recursos públicos, uma vez que não há exigência de projetos prévios ou convênios para a liberação do dinheiro. A prática passou a ser barrada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que tem tomado decisões para exigir mudanças nas regras de emendas.

A reportagem procurou o governo do Estado e as prefeituras de Campo Grande e Três Lagoas para esclarecimentos sobre o uso do recurso, mas até a publicação não obteve retorno.

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