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Política

Bancada de MS reforça mobilização pró-armamento na última década; veja discursos

Instituto Fogo Cruzado revelou que faltam representantes se posicionando contra uso de armas de fogo

Por Gabriela Couto | 08/07/2024 13:31
Armas de diferentes calibres e munições enfileiradas em cima de mesa (Foto: Thiago Gomes/ Agência Pará)
Armas de diferentes calibres e munições enfileiradas em cima de mesa (Foto: Thiago Gomes/ Agência Pará)

Desde 2015, discursos favoráveis à ampliação do acesso a armas têm predominado nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado, mesmo após a mudança de direção política com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023.

O Instituto Fogo Cruzado realizou a pesquisa “O que o Congresso nacional fala sobre o armamento civil?”, que analisou discursos diferentes ao logo de longo de setenta anos (de 1951 a 2023).

O dado aponta que a bancada de Mato Grosso do Sul se posiciona sobre o tema desde 2019. De lá para cá foram 22 vezes que deputados federais e a então senadora Simone Tebet (MDB) discutiram o assunto.

Para Terine Coelho, coordenadora da pesquisa, o perfil da bancada do Estado é composto por homens brancos, empresários, advogados e pecuaristas. A atual ministra do Planejamento e Orçamento é a única mulher a falar sobre o tema. A maioria das vezes, a tribuna foi usada pelo presidente da ProArmas, o deputado federal Marcos Pollon (PL). Ele defendeu o movimento 14 vezes no ano passado.

O destaque é que a partir de 2023, primeiro ano sob a atual composição do Congresso Nacional, parlamentares favoráveis à expansão da posse de armas ocuparam as tribunas da Câmara e do Senado três vezes mais do que aqueles que se posicionaram contra o armamento, totalizando 75 discursos a favor e 24 contrários. Neste período nenhum representante de Mato Grosso do Sul se posicionou contrário.

Confira os discursos abaixo.


Embora a presidência de Lula tenha marcado uma inflexão nas políticas executivas sobre o tema, o estudo revela que essa mudança não se refletiu no equilíbrio de forças dentro do Congresso Nacional.

A pesquisadora afirma ter encontrado contradições durante a gestão bolsonarista, da atual petista. Na época em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não tinha maioria no Congresso e fazia decretos pro-armamentistas, não havia manifestações como as que acontecem quando o presidente Lula trata da questão.

“Não havia uma mobilização de quem era contrário do jeito que ocorre na mudança de cenário com o a maioria armamentista. O grupo pró-armamento é muito mobilizado. São alguns parlamentares pontuais que se posicionam contra. Falta alguém que se posiciona mais e tenha proposta pró-controle”, pontuou.

Deputado federal Marcos Pollon (PL) participando da Comissão de Ética, em junho deste ano; ele falou sobre armamento 14 vezes durante seu primeiro ano de mandato (Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados)
Deputado federal Marcos Pollon (PL) participando da Comissão de Ética, em junho deste ano; ele falou sobre armamento 14 vezes durante seu primeiro ano de mandato (Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados)

Números - De 2015 a 2018, foram realizados 272 discursos sobre o tema do armamento na Câmara e no Senado, sendo 198 pró-armamento (73%), 65 pró-controle de armas (24%) e nove neutros (3%).

Entre 2019 e 2022, período em que o país foi governado por Bolsonaro, embora o número de pronunciamentos tenha sido menor, um total de 173 discursos, o predomínio das falas armamentistas foi mantido. Foram 103 discursos pró-armamento, 68 contrários e dois neutros. Veja a pesquisa abaixo.


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