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Política

Bernal acata as quatro propostas e PT desiste do rompimento político

Zemil Rocha e Zana Zaidan | 29/10/2013 18:48
Gildo Oliveira e Marcus Garcia explicam resultado da reunião com Bernal (Foto: arquivo)
Gildo Oliveira e Marcus Garcia explicam resultado da reunião com Bernal (Foto: arquivo)

O prefeito Alcides Bernal (PP) acatou as quatro propostas feitas pelo PT, especialmente a imediata nomeação de um secretário de Governo para comandar a articulação política da administração municipal, e com isso os petistas desistiram do rompimento, ensaiado desde o dia 21 de outubro, quando entregaram uma carta ao chefe do Executivo em tom de ultimato. Bernal evitou a imprensa.

“A materialização dos quatro pontos sugeridos pelo PT acontecerá nos próximos dias”, anunciou o presidente regional do PT, Marcus Garcia, no final da reunião com o prefeito, que também teve a participação do presidente do Diretório do PT de Campo Grande, Gildo Oliveira, e dos vereadores Ayrton Araújo (PT) e Derly dos Reis, o Cazuza, que é presidente do Diretório do PP da Capital, que saiu na metade do encontro sem falar com a imprensa.

Após cerca de uma hora e meia de reunião, os petistas saíram satisfeitos da sala de Bernal, embora sem nome definido para a Secretaria de Governo nem cronograma para efetivação das mudanças. “O PT continua na base”, declarou Gildo Oliveira.

Segundo Marcus Garcia, a primeira providência de Bernal será “conversação com os partidos” para reconquistar e ampliar apoio e, ao mesmo tempo, fazer consultas para escolha do novo secretário de Governo, que tem hoje como titular Gustavo Freire, cumulativamente com a Secretaria de Receita. “A partir desse diálogo com os partidos é que o prefeito vai discutir nomes. E ele disse que vai começar a fazer isso hoje mesmo”, informou o petista.

Garcia não especificou quais partidos serão procurados por Bernal, dando apenas uma dica. “É natural que sejam procurados partidos que estiveram com Bernal no primeiro turno e depois os que o apoiaram no segundo turno”, apontou. “A partir dessas conversas decidirá sobre nome do secretário de Governo”, acrescentou.

O PT não colocou prazo específico para que as mudanças políticas sejam promovidas pelo prefeito. “Não tem data para nomeação. Na política não tem esse negócio de imposição de tempo”, argumentou o presidente regional do PT.
Segundo ele, o que há é o compromisso de Bernal de buscar de imediato a formação de conselho político e nomear o secretário de Governo. “Mas também aceitou de bom grado os outros pontos”, revelou Garcia, referindo-se às propostas de busca de apoio de outros partidos políticos e retomada das negociações com a Câmara de Campo Grande, onde já está instaurada uma Comissão Processante com poder de sugerir a cassação do prefeito.

Os petistas demonstraram que estão realmente empenhados em “salvar” o mandato de Bernal, não fazendo exigências de cargos. “Não queremos cargos”, assegurou Marcus Garcia. Indagado, porém, se o PT poderá indicar o secretário de Governo, ele informou que nessa situação haveria sim sugestão de algum nome.

Sobre uma eventual reforma política, para que Bernal agregue mais partidos, Garcia informou que o PT não se colocará como obstáculo. “Se o prefeito pedir que coloquem seus cargos à disposição, o PT está junto nessa tese”, admitiu.
Ainda durante a reunião, segundo Garcia, chamou atenção a disposição de Bernal em promover as mudanças. “Marcou bastante durante a reunião a frase do prefeito de que: ‘Agora é o momento’”, contou o dirigente petista. “Assim ele começa a acertar efetivamente na política”, comemorou.

Além disso, o prefeito da Capital teria prometido muito trabalho. “O prefeito disse que vamos ter muitas obras por aí”, disse Marcus Garcia. E para essas obras teria pedido que o PT requisitasse apoio da bancada federal. “Embora esse apoio dos nossos deputados nunca tenha faltado, vamos repassar a solicitação”, disse.

Indagado especificamente sobre o nome do ex-vereador Athayde Nery, presidente regional do PPS, para a vaga de secretário de Governo, Marcus Garcia esquivou-se, informando que isso é assunto do outro partido. Considera, porém, que Bernal deverá preferir alguém por quem tenha afinidade. “É natural que o Bernal escolha uma pessoa de partido que ele tenha mais empatia”, sustentou.

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