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Política

Bernal não recebe notificação, mas se reúne com ex-vereador na Prefeitura

Aline dos Santos e Leonardo Rocha | 21/10/2013 11:29
Funcionário da Câmara foi informado que prefeito não estava. (Foto: Cleber Gellio)
Funcionário da Câmara foi informado que prefeito não estava. (Foto: Cleber Gellio)
No mesmo horário, Athayde Nery entrou no gabinete para reunião com Bernal. (Foto: Cleber Gellio)
No mesmo horário, Athayde Nery entrou no gabinete para reunião com Bernal. (Foto: Cleber Gellio)

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), não foi localizado no Paço Municipal pelo funcionário da Câmara Municipal que levou a notificação da Comissão Processante, que pode resultar na cassação do seu mandato. No entanto, no mesmo horário, às 11h, teria reunião em seu gabinete com o ex-vereador Athayde Nery (PPS).

Nery chegou à Prefeitura, falou rapidamente para a imprensa que se reuniria com Bernal e rumou para o gabinete. “Nesse momento, é preciso ter uma cirurgia fina, muito cuidado na articulação política. Estamos vivendo uma situação delicada e sensível”, opinou sobre a atual momento político da Capital.

De forma oposta, Gustavo Menezes, funcionário do apoio legislativo da Câmara, foi orientado a retornar após às 13h30. Ele foi recepcionado por Luiz Carlos Santini, que, por ordem judicial, foi exonerado do posto de procurador-geral. Santini informou que agora está na função de assessor jurídico, como funcionário comissionado.

O servidor do Poder Legislativo municipal levou à Prefeitura uma caixa com as denúncias que deram origem à Comissão Processante e um questionário. O prefeito, quando notificado, terá prazo de dez dias para apresentar defesa e lista com até dez testemunhas.

Em seguida, a comissão tem prazo de cinco dias para analisar a reposta, decidindo pelo arquivamento ou continuidade do processo. Diante da tentativa frustrada, o servidor disse que vai ligar antes de voltar no período vespertino. O expediente será para não perder a viagem.

Fio da navalha - Com 31 páginas, a denúncia - que embasa a comissão e o pedido de afastamento feito pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) à Justiça – aponta que o prefeito “vem perpetrando, em todas as áreas de atuação do município, inúmeros atos administrativos nocivos aos cidadãos e à economia campo-grandenses, demonstrando um inacreditável despreparo e uma intolerável ineficiência para o exercício do mandato que foi confiado”.

Conforme o documento, a Prefeitura na gestão de Bernal teve a “emergência fabricada”. Ou seja, que o prefeito teria prejudicado empresas que vinham prestando serviço para beneficiar a Salute Distribuidora de Alimentos Ltda, Jagás Com. de Gás Ltda e MegaServ

“O denunciado se utilizou, ardilosamente, de meios para fabricar situações emergenciais, valendo-se, para tanto, de omissão no pagamento a alguns fornecedores (inadimplência seletiva), resultando na descontinuidade dos serviços públicos, gerando artificialmente uma crise e forçando a contratação direta de empresas ‘apadrinhadas’ pelo mesmo”, diz um dos trechos.

Bernal nega irregularidades e já informou que vai à Justiça para derrubar a Comissão Processante.

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