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Política

Candidatos vão pedir à União mais efetivo do Exército na faixa de fronteira

Mato Grosso do Sul é corredor para crimes como tráfico de entorpecentes e de armas

Aline dos Santos | 03/08/2022 12:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
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Corredor para crimes como tráfico de drogas e armas, a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai registra, nos últimos anos, a redução da presença física do Exército, com desativação de destacamentos em cidades fronteiriças, como Paranhos, Coronel Sapucaia e Sete Quedas.

Com 10.780 habitantes, Sete Quedas fica localizada a 468 km de Campo Grande e colada em Pindoty Porã, distrito do município paraguaio de Corpus Christi. Por lá, a fronteira só existe no mapa. Moradores das duas localidades cruzam a Linha Internacional livremente.

A reportagem apurou que Sete Quedas está entre as principais rotas do contrabando de cigarro fabricado no Paraguai e enviado para as grandes cidades brasileiras.

De acordo com o prefeito Francisco Piroli (PSDB), o Exército atua no município com barreiras e destaca que a presença dos militares impõe respeito. “O respeito é diferenciado. Só de ver os camburões, os malandros assustam”. De forma fixa, o município conta somente com a segurança pública ofertada pela administração estadual: policiais civis e militares.

Coronel Sapucaia tem 15.449 habitantes e é “irmã” de Capitán Bado, cidade paraguaia. Elas são separadas por apenas uma rua, onde não há fiscalização ao ir e vir. Entre 2008 e 2010, Coronel Sapucaia figurou no topo das cidades mais perigosas do País. Conforme já noticiado pelo Campo Grande News, as principais roças de maconha do Departamento de Amambay ficam na região de Capitán Bado.

Enquanto policiais civis e militares marcam presença, o relato é de vácuo das forças federais. Como os municípios são rotas de crimes de fronteira, a análise é de que as cidades vizinhas ao Paraguai mereciam um plano de segurança diferenciado, com maior participação da União e até de outros Estados (equipes volantes).

Vizinha a Pedro Juan Caballero, Ponta Porã tem taxa de homicídios de 53 por 100 mil habitantes, o triplo da registrada ano passado em todo Mato Grosso do Sul.  O município tem regimento do Exército e a principal operação é a Ágata, realizada anualmente.

De acordo com o secretário de Segurança de Ponta Porã, Marcelino Nunes de Oliveira, as ações em parceria entre GCMFron (Guarda Civil Municipal de Fronteira) e Exército são constantes. Segundo o secretário, quando há barreiras nas estradas, caso da operação Ágata, é preciso reforçar a repressão a assaltos na área urbana.  Ele explica que uma parcela dos criminosos chega descapitalizada à fronteira, partindo então para roubos de caminhonetes. O valor é usado para compra de drogas destinada à revenda.

Mato Grosso do Sul tem 1.517 quilômetros de fronteira, sendo 1.131 quilômetros com o Paraguai e 386 quilômetros com a Bolívia.

Em Campo Grande, que não é fronteira e onde está localizada boa parte dos militares, o Exército está em endereço cobiçado: a Avenida Duque de Caxias. A reportagem solicitou informações ao Exército sobre efetivo, ações na fronteira e área ocupada na Capital, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

O Campo Grande News questionou se o candidato vai solicitar à União que o Exército aumente o efetivo na faixa de fronteira e também se pretende requerer ao governo federal permuta de área na Capital, com transferência de unidades militares para setor mais periférico, abrindo caminho para a expansão imobiliária.

Rose Modesto (PSDB)

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Em 2021, 83% do total de apreensões de drogas nas fronteiras do Brasil ocorreram em Mato Grosso do Sul, segundo a Secretaria Nacional Antidrogas. Esses dados revelam que o estado se tornou o principal corredor para ação de grupos criminosos. Por isso, vamos executar um conjunto amplo de ações, que passa, primeiro, pela cobrança, junto à União, de maior presença do Exército nas nossas fronteiras para reforçar a segurança e, segundo, pela mobilização integrada das forças de segurança, com o efetivo estadual alinhado ao Exército, às Polícias Federal e Rodoviária Federal.

O Governo Federal  precisa entender o recado das estatísticas. Blindar nossas fronteiras é questão estratégica para a segurança nacional. Mas, também não vamos ficar de braços cruzados diante desse problema que afeta os sul-mato-grossenses e os brasileiros. De nossa parte, nosso governo vai ampliar investimentos em Segurança Pública, viabilizar incentivos às tropas, aquisição de equipamentos, atualização dos aparatos tecnológicos e desenvolver táticas de inteligência.

Sobre a expansão imobiliária, cabe registrar que toda e qualquer ação que diga respeito ao Exército é da competência da União. Claro que há muitas áreas com potencial para expansão imobiliária em Campo Grande, e isso compete à Prefeitura. Mas, vamos estar sempre dispostos ao diálogo para encontrar a melhor alternativa para todas as partes.

André Puccinelli (MDB)

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A segurança na fronteira é competência da União, mas o Governo Estadual vai conversar para, caso seja necessário, fazer parcerias para melhorar a segurança na fronteira.

Sobre permuta, isso é de competência da sociedade campo-grandense, por meio do Governo Municipal. Campo Grande ainda tem muito espaço territorial para ser adensado.

Giselle Marques (PT)

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A presidenta Dilma Rousseff instituiu o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF) em junho de 2011, buscando fortalecer o combate aos delitos transnacionais, fortalecendo a integração e coordenação de órgãos federais, entre eles o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Criada em 2011, a Operação Ágata é a mais abrangente dentre todas as que ocorrem na faixa de fronteira para prevenir e reprimir os crimes transnacionais nos limites do Brasil com dez países sul-americanos. Isso mostra o compromisso do PT com a segurança pública. A quantidade de droga apreendida nas Operações Ágata desenvolvidas desde sua criação, em 2011, até o ano de 2016, é significativa. No primeiro ano foram apreendidos 2.358 kg de drogas. Já em 2016, a quantidade de drogas apreendidas foi de 11.325 kg.

É importante a presença das forças militares na fronteira, assim como a presença de policiais federais, rodoviários, civis, penais e guardas municipais. Todas as forças devem participar do planejamento e execução de ações preventivas e de fiscalização dentro do âmbito de atuação que a lei determina. Agir com inteligência e tecnologia, integrando o planejamento e a execução das ações para a prevenção e repressão à criminalidade, é fundamental.

 Como governadora, pretendo articular programas habitacionais. Sobre os terrenos nos quais estão localizado os quartéis em Campo Grande, pretendo respeitar integralmente as disposições constitucionais, compromisso que também vem sendo reafirmado pelo ex-presidente Lula, do meu partido, o PT, que lidera todas as pesquisas de intenção de votos à presidência da República.

Marquinhos Trad (PSD)

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 Os problemas na fronteira resultam, principalmente, da incapacidade do Governo do Estado de fazer interlocução com as instituições de inteligência, defesa e segurança pública em geral. Hoje, nossa força policial está cuidando de 1.517 km de fronteira com uma estrutura muito pequena. O problema de efetivo é geral no Estado e prejudica nossa segurança.

Começa pelo Governo do Estado, que não faz a parte dele, antes de tudo. Na Polícia Militar, por exemplo, a previsão é de 9.616 policiais e atuamos com metade deste quadro, com 4.800 homens e mulheres trabalhando em condições precárias, se sacrificando e correndo risco. Nossa Policia Rodoviária Estadual deveria ter efetivo de 403 e atua com apenas 144. Faremos uma distribuição de efetivo regionalizada.

Vamos convocar os remanescentes e realizar um novo concurso. Fazer, antes de tudo, a parte do governo, para aí sim somar forças ao Exército e resolver este grave problema. Hoje, 41% da população carcerária do Estado decorre justamente do tráfico de drogas. Nós seremos articuladores deste debate entre a União e os Países vizinhos para tratados internacionais e atuação em conjunto entre governos brasileiro, paraguaio e boliviano, compartilhando informações de inteligência e atuando de maneira integrada.

Vamos intensificar ações em faixa de fronteira, sobretudo nos 45 municípios que compõem este território e abriga quase metade da população do estado. A gestão terá como foco as ações integradas visando à prevenção, controle, fiscalização e repressão de crimes.

Eduardo Riedel (PSDB)

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A segurança pública deve ser pauta central em todos os governos, independente do espectro político, ainda mais em um Estado com uma extensa faixa de fronteira. É uma discussão que precisa ser feita com todos os envolvidos, sociedade, Estado, municípios, União, e governos dos países vizinhos, numa intensa e contínua cooperação que visa dar não apenas uma sensação de segurança, mas uma segurança de fato a todos e todas sul-mato-grossenses.

E nosso plano de governo, que será apresentado ao povo e à justiça eleitoral no momento oportuno e previsto na legislação, trará avanços modernos e ousados para a segurança pública.

Sobre permuta, a questão que se apresenta é estranha e, por ora, apenas uma suposição. Se de fato houver necessidade de que essa discussão seja feita, as partes precisam ser ouvidas e a lei seguida à risca!

Capitão Contar (PRTB)

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O pré-candidato Capitão Contar não respondeu ao questionamento do Campo Grande News.

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