Com portas abertas pelo cargo, vereador quer expandir atendimentos em projeto

Após mais de 10 anos de atuação social e uma trajetória marcada por doações pessoais, o vereador Fábio Rocha (União) vive seus primeiros seis meses de mandato na Câmara Municipal de Campo Grande com a meta de ampliar ainda mais o alcance dos projetos que criou antes mesmo da vida pública. À frente do Esquadrão da Juventude, iniciativa que oferece atendimentos de saúde, esporte e assistência social, ele estima alcançar quase 10 mil pessoas por mês com suas ações, e agora, com o cargo eletivo, quer ampliar ainda mais o alcance.

"Eu sempre trouxe a bandeira da família, das pessoas, do trabalho social comunitário", afirma Fábio. "Foram 10 anos de luta até conseguir ser eleito, então já entrei preparado. Tive experiência no Executivo, conheço as secretarias, sabia como a máquina pública funciona", disse o parlamentar.

Nos primeiros meses como vereador, ele aponta conquistas como a viabilização de praças, obras de esgoto e o lançamento da clínica social Esquadrão Saúde, inaugurada em março. "Já conseguimos atender mais de 5 mil pessoas só com a clínica, fora os projetos do Esquadrão, que alcançam mais de 4 mil. Quase 10 mil atendimentos no total", afirma.

Para manter o atendimento, o projeto cobra R$ 19,90 por sessão, valor que, segundo o vereador, cobre apenas uma pequena parte dos custos. "Eu tentei deixar de graça, mas as pessoas desmarcavam muito. Com esse valor simbólico, o paciente sente o compromisso e conseguimos manter os profissionais, todos remunerados", explica. "Não pode ser voluntário. Assistência social é uma coisa, assistencialismo é outra", disse.

Fundado em 2013, o Esquadrão da Juventude surgiu após anos de trabalho informal com distribuição de alimentos e roupas. "O projeto começou comigo tirando do meu próprio salário. Fui bancário, fui do Exército, sempre tirei do que tinha. Hoje o projeto ainda é mantido em 80% por mim, com ajuda de empresários. Verba pública ainda não temos, mas já estou buscando apoio de emendas parlamentares", diz.

Rocha revela que a visibilidade como vereador tem facilitado o diálogo com possíveis apoiadores. "A vereança te abre portas. Você conhece empresários, outros segmentos. Isso amplia o leque de parcerias. Como particular, eu fazia com o que tinha. Hoje, com um mandato, consigo ir mais longe", avalia.

Além da saúde, o projeto tem outra vertente que também oferece aulas de judô, karatê, balé, funcional e outras modalidades, com mais de 10 turmas abertas recentemente. "Temos mais de mil alunos se cadastrando. Criamos uma sede só para o esporte. O município tem a Funesp, o estado tem a Fundesporte, e nós criamos esse braço para atender diretamente", conta.

Em relação ao trabalho na Câmara Municipal, apesar das limitações do cargo legislativo, Fábio diz que tem se posicionado de forma independente. "Não sou base nem oposição. Voto o que acho certo. Se acho errado, voto contra. Sempre com liberdade e ouvindo a população", garante. "90% dos meus eleitores concordam com minhas decisões."

O parlamentar também destaca a dificuldade de atuar em áreas que são, por lei, responsabilidade do Executivo. "A maioria das demandas que chegam a nós são de prefeitura. O vereador pode fiscalizar e propor, mas não tem a caneta", reconhece. "Por isso, eu falo que faço o que posso com o que tenho."

Com um novo projeto "gigantesco" previsto para ser lançado em quatro meses, mas ainda mantido em sigilo, Fábio Rocha diz que quer provar que é possível ir além da política tradicional. "Sempre falei: ‘Só vou aceitar ajuda pública se for eleito’. Eu queria mostrar que quem quer faz. Já recusei verba quando não era vereador", conta. "Agora quero mostrar que é possível transformar vidas com compromisso e continuidade”, finalizou o parlamentar.