Deputados aprovam repúdio a ministro que chamou brasileiro de “canibal”
"Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião", disse Rodríguez
Depois de um empate, com resultado definido pelo voto do presidente, o chamado “voto de minerva”, a Assembleia Legislativa aprovou na sessão de hoje (dia 6) moção de repúdio ao ministro da Educação, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez.
Em entrevista à revista Veja, ele defendeu o retorno da disciplina de educação moral e cívica. O ministro declarou que, viajando, o brasileiro é um “canibal”. “Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola", disse o ministro, ao explicar a importância da volta da disciplina.
A moção de repúdio foi apresentada pelo deputado estadual Pedro Kemp (PT). “O brasileiro é tachado de ladrão. É uma declaração ofensiva e desrespeitosa. Se não houvesse o repúdio, a impressão é de que os parlamentares concordavam. E acredito que vai ter várias moções espalhadas pelo Brasil”, diz.
Para o deputado Lídio Lopes (Patri), já existe uma imagem de muito preconceito contra os brasileiros no exterior. “Os deputados não poderiam se omitir” afirma. Marçal Filho (PSDB) classificou as declarações do ministro como infeliz. “Machucaram o povo brasileiro”, diz.
Na votação, o placar foi de empate de 7 a 7. Os contrários à moção avaliaram que a reprimenda era muito forte e que a Assembleia deveria pedir explicações ao ministro e aguardar retratação.
Essa corrente foi defendida por deputados como Renan Contar (PSL), João Henrique Catan (PSL) e Gerson Claro (PP). O resultado de 8 a 7 veio com o voto favorável do presidente da Casa de Leis, Paulo Corrêa. O documento será encaminhado ao Ministério da Educação.
Veja como votaram os deputados
Favoráveis – Paulo Corrêa (PSDB), Pedro Kemp (PT), Marçal Filho (PSDB), Lídio Lopes (Patri), Renato Câmara (MDB), Zé Teixeira (DEM), Herculano Borges (SD) e José Carlos Barbosa (DEM).
Contra – Renan Contar (PSL), João Henrique Catan (PR), Evander Vendramini (PP), Lucas de Lima (SD), Coronel Carlos Alberto David dos Santos (PSL), Antônio Vaz (PRB) e Gerson Claro (PP).