ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
SETEMBRO, SEXTA  27    CAMPO GRANDE 26º

Política

Estado definirá fonte de recursos para União indenizar fazendeiros

Segundo Riedel disse esta manhã, Estado e União têm 30 dias para definir pagamentos

Por Maristela Brunetto e Aline dos Santos | 27/09/2024 08:59
Riedel falou esta manhã sobre a indenização a produtores rurais para a regularização de terras indígenas (Foto: Henrique Kawaminami)
Riedel falou esta manhã sobre a indenização a produtores rurais para a regularização de terras indígenas (Foto: Henrique Kawaminami)

A Secretaria de Fazenda e a PGE (Procuradoria Geral do Estado) estão trabalhando para definir a fonte de origem e os procedimentos para indenizar fazendeiros que perderão áreas em Antônio João, em cumprimento ao acordo homologado nesta semana no STF (Supremo Tribunal Federal) para o reconhecimento da terra indígena Ñanderu Marangatu. Esta manhã (27), ao falar em entrevista coletiva sobre o acordo, o governador Eduardo Riedel apontou que a avaliação fica em torno da chamada fonte 500, que é o caixa do governo, ou de dois fundos- o Fepat (Fundo Especial de Terras) ou Funles (Fundo de Defesa e de Reparação de Interesses Difusos Lesados).

No acordo, ficou definido que o Estado deve definir em um prazo de cinco dias a origem e o meio para pagar a quantia de R$ 16 milhões, a ser repassada à União para os pagamentos. Em outros 30 dias deve arrematar as tratativas com o Governo Federal para a indenização dos proprietários rurais pela terra nua e benfeitorias em áreas que serão entregues para comunidades indígenas, atendendo o ditame da Constituição Federal. O texto não fala nada sobre indenizações, o que sempre provocou adiamentos na demarcação de terras. Pelo acordo, que foi considerado histórico, serão destinados R$ 145,8 milhões em recursos públicos para indenizações.

O governador apontou que o Executivo estadual não participou da pactuação, sendo chamado na fase da composição dos valores para a solução. A procuradora-geral do Estado, Ana Carolina Ali estava no STF e manifestou a adesão com recursos após a autorização do governador, segundo ele disse esta manhã. Ele classificou a negociação, que se estendeu por cerca de sete horas, como dura e intensa.

“Nós decidimos participar desse processo para que fechasse a negociação e a gente tivesse a quebra de um paradigma. Um novo modelo posto a partir de uma negociação que certamente vai ter desdobramentos em outros casos e outras discussões. Mas é importante que se diga que o que foi feito é no âmbito de um processo judicial específico”.

Ele falou sobre o tema cercado de autoridades e lideranças ruralistas e indígenas, incluindo integrantes da bancada federal, secretários, o vice-governador, José Carlos Barbosa e até o prefeito de Antônio João, Marcelo Pé.

A regularização da área indígena, que envolve 9,3 mil hectares, compreende 11 propriedades rurais, entre elas a fazenda Barra, onde ocorreu a morte de guarani-kaiowá Neri Ramos da Silva, 22, no dia 18.  O histórico de reivindicação de terra envolveu outros conflitos ao longo de décadas.

Pelo acordo homologado no STF, policiais militares continuarão na região da fazenda do conflito recente até a indenização e entrega das terras. O prazo para saída dos produtores rurais será de 15 dias após o recebimento dos valores.


Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.


Nos siga no Google Notícias