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Política

Exploração de trabalhadores leva CPI a acionar Ministério Público do Trabalho

Depoimentos revelam trabalho degradante e omissão do poder público na fiscalização da empresa

Por Kamila Alcântara e Ketlen Gomes | 11/06/2025 16:28
Exploração de trabalhadores leva CPI a acionar Ministério Público do Trabalho
Da esquerda para direita, vereadores: Júnior Coringa (MDB), Maicon Nogueira (PP), o presidente da Comissão Dr. Lívio (União Brasil) e Luiza Ribeiro (PT) (Foto: Osmar Veiga)

Após as oitivas de ex-funcionários do Consórcio Guaicurus na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Coletivo, nesta quarta-feira (11), os vereadores destacaram a importância dos relatos, mesmo que individuais, por revelarem violações trabalhistas e condições precárias.

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo de Campo Grande acionou o Ministério Público do Trabalho após ouvir ex-funcionários do Consórcio Guaicurus. Os vereadores destacaram relatos de violações trabalhistas, como jornadas excessivas e ambientes inadequados, que comprometem a qualidade do serviço prestado.A vereadora Luiza Ribeiro comparou as práticas do consórcio com outras capitais, ressaltando a superexploração dos trabalhadores. A CPI planeja convocar figuras-chave da gestão do consórcio para obter mais informações. O Consórcio Guaicurus, por sua vez, optou por não se manifestar sobre as acusações.

Para o presidente da Comissão, Lívio Leite, o vereador Dr. Lívio (União Brasil), as inspeções feitas pelos próprios membros da CPI corroboram os relatos de assédio e descumprimento de normas trabalhistas. “A cultura organizacional de cada empresa não nos compete, mas o Ministério Público do Trabalho precisa ser acionado. Esses relatos são indícios sérios que a CPI deve apontar em seu relatório final”, afirmou.

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) também fez comparações com práticas adotadas por empresas de transporte em outras capitais, onde os trabalhadores passam por treinamentos mais humanizados, o que contrasta com o cenário de Campo Grande.

“O que ouvimos aqui é superexploração. Jornadas excessivas, ambientes inadequados e pressão psicológica. A prefeitura contratou um consórcio para prestar um serviço de qualidade, não para submeter trabalhadores a esse nível de sofrimento”, disse Luiza.

Eles reforçaram que as condições impostas aos trabalhadores impactam diretamente a qualidade do serviço prestado à população e que o poder concedente, neste caso, a Prefeitura de Campo Grande, tem responsabilidade direta. “Não está na cláusula contratual que os trabalhadores podem ser explorados. Isso fere a legislação e coloca em risco tanto os funcionários quanto os passageiros”, completou a vereadora.

Por unanimidade, os vereadores aprovaram o encaminhamento dos depoimentos ao Ministério Público do Trabalho para instauração de procedimento. “Já que a prefeitura não toma providência, que tomemos nós pela CPI”, reforçou Luiza.

Segundo os vereadores, a próxima fase da investigação será decisiva, com a convocação de figuras-chave da gestão do consórcio. “Vamos ouvir o ex-diretor administrativo João Resende, que trabalhou anos no sistema, e o atual dirigente, senhor Themis. Esperamos novas informações e esclarecimentos importantes sobre o funcionamento da bilhetagem e a frota sucateada”, concluiu o presidente da Comissão, Dr. Lívio.

Outro lado - Desde o início dos trabalhos da CPI, o Consórcio Guaicurus mantém o posicionamento de não se manifestar sobre o tema à reportagem. A diretoria e proprietários da empresa já foram convocados para prestar esclarecimentos sobre os fatos à Comissão.

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