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Política

Falta de remédios e demora na judicialização são cobradas em prestação de contas

Em audiência, vereadores cobram secretária da Sesau sobre aplicação de R$ 2 bilhões na saúde municipal

Por Mylena Fraiha | 28/02/2025 13:41
Falta de remédios e demora na judicialização são cobradas em prestação de contas
Secretária Rosana Leite durante prestação de contas da Saúde, em audiência pública realizada na Câmara (Foto: Izaias Medeiros/Câmara Municipal).

A falta de medicações, insumos básicos para atendimento médico e odontológico, além da demora na resolução de casos judicializados, foram temas centrais da audiência de prestação de contas da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), realizada na manhã desta sexta-feira (9).

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A audiência pública de prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande destacou a falta de medicamentos e insumos, além da demora na judicialização de casos de saúde. A secretária Rosana Leite apresentou dados sobre investimentos e desafios enfrentados, como o déficit de leitos hospitalares e a alta judicialização, que impacta financeiramente. Vereadores questionaram a efetividade dos investimentos, enquanto problemas na área odontológica também foram discutidos. Medidas emergenciais estão sendo tomadas para resolver essas questões.

A secretária de Saúde, Rosana Leite, participou da audiência e apresentou uma série de dados sobre a rede de assistência, atenção primária, atendimento nas unidades de saúde, leitos hospitalares, profissionais de saúde, indicadores como cobertura vacinal e auditorias.

Em 2024, a Prefeitura teve cerca de R$ 2 bilhões para investir na saúde pública. Desse montante, R$ 1 bilhão veio dos cofres municipais, R$ 275 milhões do governo estadual e R$ 800 milhões do governo federal.

A secretária também destacou o déficit de leitos hospitalares em Campo Grande. “Sabemos que nas UPAs e CRSs os pacientes devem permanecer 24 horas, mas isso não acontece em Campo Grande. Temos déficit de leitos”, afirmou. Atualmente, a média de espera por leitos é de 80 a 100 pacientes por dia.

Apesar dos recursos aplicados, vereadores questionaram a efetividade dos investimentos, já que a falta de medicamentos e insumos continua sendo relatada. Em janeiro, denúncias apontaram a falta de pelo menos 17 tipos de materiais e 23 tipos de medicamentos em UPAs e CRSs da cidade.

“Hoje, vemos que houve um investimento de 36% da arrecadação do município no ano passado, mas esse recurso não tem sido suficiente para melhorar as condições de saúde na ponta”, afirmou o presidente da Comissão Permanente de Saúde, vereador Dr. Victor Rocha (PSDB). A vereadora Luiza Ribeiro (PT) também criticou a gestão. “Onde está esse recurso? Porque não aparece? Temos reclamação em todos os setores”, questionou.

Judicialização - Outro tema debatido foi a alta judicialização na saúde. A secretária apresentou dados que mostram R$ 32,4 milhões em sequestros judiciais e R$ 15 milhões de empenhos judiciais. Mais de 50% dessas ações são relacionadas a cirurgias ortopédicas.

“A população sofre muito com essa situação. Além do impacto social, há um custo financeiro elevado: uma cirurgia de quadril judicializada pode custar entre R$ 250 mil e R$ 300 mil, enquanto o convênio consegue realizá-la por R$ 20 mil a R$ 30 mil”, destacou o vereador Dr. Victor Rocha.

As dificuldades enfrentadas por mães atípicas para obter fraldas e dietas especiais também foram levantadas. O vereador Marquinhos Trad criticou a declaração da prefeita Adriane Lopes (PP) de que a judicialização seria usada para esses itens. “Quando a pessoa busca a Justiça? Quando todas as portas lhe são fechadas”, afirmou.

A secretária Rosana Leite informou que foram reservados R$ 5 milhões para dietas especiais, mas apenas R$ 124 mil foram liquidados neste ano. Para fraldas, a reserva é de R$ 2 milhões.

Problemas na odontologia - Representantes de servidores também participaram da audiência. O presidente do Sioms (Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul), David Chadid, denunciou falhas nos compressores em 14 unidades de saúde, afetando cerca de 40 profissionais. “Eles ficam com quase 90% de suas funções laborais paradas”, disse.

Outros pontos abordados incluíram o aumento na oferta de próteses dentárias, revitalização de centros odontológicos e processos seletivos para a contratação de profissionais.

A secretária reconheceu o problema e explicou que os contratos de manutenção foram firmados há quatro anos. Um novo certame foi aberto, e um processo emergencial foi iniciado há quatro semanas. “Nos próximos 40 dias deve estar equacionada essa parte”, garantiu.

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