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Política

"Folha secreta" e troca de acusações dominam tema livre em último debate

Último debate entre Rose e Adriane foi realizado nesta sexta-feira (25) pela TV Morena

Por Lucas Mamédio | 25/10/2024 21:41
Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União Brasil), durante debate promovido pela TV Morena. (Foto: Juliano Almeida)
Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União Brasil), durante debate promovido pela TV Morena. (Foto: Juliano Almeida)

O último debate entre Rose Modesto (União) e Adriane Lopes (PP), candidatas à Prefeitura de Campo Grande, que decidem a eleição na única cidade com segundo turno em Mato Grosso do Sul, começou com trocas de acusações, principalmente baseadas no tema  “folha secreta”, uma espécie de folha de pagamento paralela, que estaria inflando os ganhos de alguns servidores municipais e que, inclusive, foi tratado em um Termo de Ajustamento de Gestao (TAG) firmado junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS).

O debate foi realizado pela TV Morena, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso do Sul. O primeiro bloco do debate foi de tema livre e cada candidata tinha um “crédito” de 10 minutos que poderia ser aproveitado como elas quisessem.

Quem começou perguntando foi Rose Modesto e ela foi direto ao tema da folha secreta. Ela lembrou em sua pergunta que muitos eleitores não votaram no primeiro turno, que algumas pessoas estão desanimadas com a política e emendou a indagação do por que Adriane não investiria em transparência.

Adriane respondeu que Campo Grande hoje é referência na área de transparência pública, que ela buscou os órgãos de controle para fazer parte da gestão para que todos os atos realizados pela prefeitura passassem previamente pelas considerações e avaliação do Tribunal de Contas, como todos os contratos.

“Todos os contratos passam previamente pela análise dos órgãos de controle e a folha de pagamento da Prefeitura Municipal de Campo Grande todos os meses são enviadas para os órgãos de controle para que eles possam ter ciência, tendo em vista também que o sistema do Tribunal de Contas é linkado ao sistema do Portal da Transparência da Prefeitura Municipal de Campo Grande”, disse Adriane.

Adriane, então, perguntou para Rose quais seriam as propostas dela para as mulheres, já que ambas são mulheres. A candidata do União não respondeu diretamente à pergunta e voltou ao tema da folha secreta.

“Nós não podemos sair do último debate das eleições em Campo Grande sem a senhora responder por que que ainda não está no site de transparência o nome de todos os servidores que hoje recebem não só o seu salário, mas que recebem supersalários que já consumiram mais de 386 milhões de reais dentro da Folha Secreta. Candidata Adriane, não foi a senhora que levou o Tribunal de Contas para dentro da Prefeitura. O Tribunal de Contas identificou uma irregularidade, por isso que a senhora assinou um Termo de Ajuste de Gestão, ou seja, se teve que ajustar é porque estava errado”, disse Rose.

A candidata do Progressistas se defendeu novamente e disse que o Portal da Transparência da prefeitura é o modelo do portal da transparência dos órgãos de controle e outros órgãos da República.

“Esse TAG é exatamente para corrigir os erros do passado pelos prefeitos anteriores, eu não vou responder, mas pelos atos da minha gestão eu respondo e respondo com transparência”.

Em seguida, Modesto continuou no tema. Disse que Adriane insiste em não responder, "mas eu quero falar agora para você o porquê, além de pagar, a prefeita teria recebido a folha secreta".

“Se a senhora não quer responder pra mim, é importante que a senhora fale com a população. O porquê é que a gente tem que viver numa cidade com tantos problemas, enquanto mais de R$ 386 milhões está sendo distribuídos com pessoas, com amigos da senhora, com apadrinhados, com parentes. É importante que a senhora fale isso, porque eu realmente fiquei chocada com essa informação”.

Adriane aproveitou o gancho “transparência” para tentar mudar de assunto e devolver uma acusação à Rose; a de que ela, enquanto vereadora de Campo Grande, teria negociado para derrubar o então prefeito Alcides Bernal, que acabou resultando na operação Coffee Break.

Rose disse que as negociações foram feitas pelo PSDB, de espaços que são legítimos inclusive nas composições partidárias. “Coffee Break é fake news e toda eleição volta. Eu não fui investigada, nem denunciada e muito menos condenada e não existe nada disso. É fake news e a gente sabe de onde está vindo. Quero dizer a vocês que eu vou deixar à disposição, eu vou deixar à disposição da imprensa”, disse ela.

Rose volta a cobrar a razão pela qual Adriane, no site da transparências, teve alguns ganhos. Adriane disse que no governo dela não tem escândalos e contra-atacou com a questão das tratativas da época de vereadora.

“Porque o meu trabalho vai ser pra jogar luz nos problemas do passado resolvendo de uma vez por todas como eu fiz. No meu governo, a folha secreta é fake news. Mas a Rose não disse se ela se arrepende ou não das tratativas nos bastidores. Quando a gente não se arrepende de algo que a gente faz no passado errado, a gente corre o risco de trazer isso pro futuro de novo e cometer o mesmo erro”, disse Adriane.

Por fim, Adriane pergunta também por que Rose não teria declarado ser sócia de uma empresa nas prestações de contas no Tribunal Regional Eleitoral.

Rose disse que empresa é uma pequena empresa de reparos e construção. “Ela acha que quem é professor, quem veio de baixo, também não pode empreender em Campo Grande. Está tudo no meu imposto de renda, é livre pra todo mundo ver, inclusive o valor que eu coloco na empresa de sociedade com o meu irmão”, explicou.

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