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Política

Juiz pede para investigar vazamento de delação envolvendo Claudinho Serra

Defesa alegou que imprensa teve acesso primeiro ao conteúdo das delações do que advogados

Por Lucas Mamédio | 01/07/2024 15:23
 Claudinho Serra foi preso no dia 3 de abril, foi solto, mas apresentou atestado médico em seguida (Foto/Divulgação)
 Claudinho Serra foi preso no dia 3 de abril, foi solto, mas apresentou atestado médico em seguida (Foto/Divulgação)

O juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, Fernando Moreira de Freitas, pediu ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) investigação sobre supostos vazamentos de dados sigilosos da delação premiada envolvendo o vereador licenciado por Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), acusado de liderar esquema criminoso na Prefeitura de Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande.

Claudinho responde judicial por associação criminosa, fraudes em contrato e em licitação pública, peculato e corrupção passiva.

“Sobre o suposto vazamento de dados sigilosos à imprensa, oficie-se à egrégia Corregedoria-Geral de Justiça do TJMS para análise, em atenção ao pleito de f. 4498/4499”, despachou o magistrado neste domingo (30).

No pedido feito ao juiz, a defesa de Serra alega que o conteúdo da colaboração premiada era sigiloso e que nem os advogados dos envolvidos tinham acesso. “O vazamento de informações sigilosas, já comprovado nos autos, e o acesso pela imprensa a informações ainda não disponibilizadas aos advogados é conduta inadmissível em um processo penal”.

Nos vídeos aos quais o Campo Grande News teve acesso, Tiago Basso revela detalhes do esquema de devios sistematizado de recursos por meio de contratos milionários fechados com a administração municipal de Sidrolândia.

O ex-servidor, que foi de alvo e delator na Operação Tromper, também diz que foi ameaçado de morte por outro “cabeça” do esquema, o empresário Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”, para não fechar o acordo com MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Ele estava em prisão preventiva junto com Frescura e Ricardo José Rocamora Alves quando a ameaça ocorreu.

Claudinho Serra, Frescura e Ricardo Rocamora formam a “tríade” da chefia da corrupção, segundo investigação do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção). Com a coleta de provas, eles e mais 18 pessoas foram denunciadas pelo esquema de fraudes em licitações para o fechamento de contratos de Sidrolândia.

A investigação apontou que a quadrilha criava empresas ou utilizava de pessoas jurídicas já existentes para participação conjunta nos mesmos processos licitatórios "(...) sem, contudo, apresentarem qualquer tipo de experiência, estrutura e capacidade técnica para a execução dos serviços ou fornecimento dos bens contratados com o ente municipal".

Foram denunciados Carmo Name Filho, Thiago Rodrigues Alves, Milton Matheus Paiva Matos, Ana Cláudia Alves Flores, Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa, Luis Gustavo Justiniano Marcondes, Jacqueline Mendonça Leiria, Heberton Mendonça da Silva, Roger William Thompson Teixeira de Andrade, Valdemir Santos Monção, Cleiton Nonato Correia, Edmilson Rosa, Fernanda Regina Saltareli, Maxilaine Dias de Oliveira, Roberta de Souza, Yuri Morais Caetano, Rafael Soares Rodrigues, Paulo Vitor Famea e Saulo Ferreira Jimene.

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