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Política

Justiça não falha, resume Bernal ao chegar para depor na Coffee Break

Chamar Olarte para ser seu vice é maior arrependimento de carreira polícia, também afirmou ex-prefeito

Anahi Zurutuza e Clayton Neves | 25/05/2021 14:47
Bernal pega elevador para depor em sala do 4º andar do Fórum de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Bernal pega elevador para depor em sala do 4º andar do Fórum de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Alcides Jesus Peralta Bernal (PP), advogado, radialista e ex-prefeito de Campo Grande, diz ter poucos arrependimentos em sua vida política. Dentre eles, de ter convidado Gilmar Olarte para fazer parte de sua chapa quando se candidatou à Prefeitura e de ter declarado apoio à Rose Modesto (PSDB) para a Presidência da Câmara da Capital, quando os dois eram colega de plenário.

O ex-chefe do Executivo municipal falou dos pesares ao chegar ao Fórum de Campo Grande, na tarde desta terça-feira (25), para depor, como testemunha, em processo resultado da Operação Coffee Break, que investigou “complô” para cassar o mandato de Bernal, em março de 2014.

O ex-prefeito não elencou os motivos dos arrependimentos. Sobre Olarte nem precisa. Hoje preso, após condenação por corrupção, o pastor foi eleito vice-prefeito ao lado de Bernal e segundo a acusação, feita pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), fez parte do conluio entre empresários e políticos para "derrubar" Bernal.

Sete anos após ser deposto, o ex-prefeito diz acreditar na Justiça e por isso, sequer tem acompanhado as audiências, que começaram no dia 18 deste mês.

“Não vi nada, não ouvi também. Confio muito na Justiça, principalmente na divina. Tem o MP [Ministério Público], depoimentos, as escutas, todas as provas necessárias já constam lá [no processo]”, afirmou no saguão de entrada do Fórum.

Bernal diz que hoje enxerga tudo o que passou com mais tranquilidade. “Cada um tem uma missão nessa vida, eu estou cumprindo”.

Para o ex-prefeito, a cassação dele serviu para abrir os olhos da população e tirar do poder quem faz a má política. “Desses que participaram dessa cassação criminosa, dois ou três ainda estão no poder, dois já morreram e o Gilmar Olarte está na cadeia. A justiça, é só uma questão de tempo”.

Coffee Break - A Operação Coffee Break entrou em fase rumo ao desfecho. Depois de ouvidos os 21 réus em ação de improbidade administrativa e 64 testemunhas, o juiz David de Oliveira Gomes Filha, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, finalmente tomará uma decisão.

Com quase 18 mil páginas, o processo vem realizando audiências híbridas por causa da pandemia de covid-19. Já o depoimento dos denunciados tem sido coletado presencialmente, em sala especialmente montada no quarto andar do Fórum de Campo Grande. O cronograma vai até junho.

A operação foi realizada em 25 de agosto de 2015 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Em 2017, o juiz David de Oliveira Gomes Filhos aceitou denúncia por improbidade administrativa contra 28 pessoas. O pedido era de indenização de R$ 25 milhões.

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