Mesmo em bloco temático, Adriane e Rose "trocam farpas" sobre gestão e apoios
No 2º bloco do debate, candidatas à prefeitura debateram sobre mobilidade e assistência social
Na reta final do segundo turno das eleições municipais em Campo Grande, as candidatas Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União) participam de um debate na noite de sexta-feira (25), promovido pela TV Morena. No segundo bloco de debate, cada candidata teve cinco minutos para responder e perguntar livremente, mas com foco em temas predeterminados, onde foram escolhidos assistência social e mobilidade, mas frequentemente ambas utilizaram parte do tempo para ataques pessoais e para questionar apoios e alianças.
No início do debate, Adriane Lopes questionou Rose Modesto sobre seus planos para a assistência social, criticando a suposta falta de propostas sólidas da adversária para reduzir as desigualdades no capital. “Candidata Rose, nós ainda temos uma população em situação de extrema vulnerabilidade. Qual sua proposta para incluir essas pessoas e melhorar suas condições de vida?”, questionou Adriane, buscando pautar a discussão em um dos principais desafios sociais da cidade.
Rose respondeu, ressaltando sua experiência na área, citando programas como Tocando em Frente e Rede Solidário, que desenvolveu enquanto deputada federal. "Tenho experiência na criação de projetos voltados para as pessoas mais vulneráveis e continuarei focado nisso. O que falta é comprometimento da gestão atual para garantir um acolhimento digno a essas famílias", declarou Rose, aproveitando para acusar a administração de Adriane de negligência na área de assistência.
Adriane rebateu as críticas e defendeu-se listando algumas das realizações de sua gestão, como a reforma de 205 escolas e a criação do Centro de Educação Especial em Mato Grosso do Sul, voltado para atendimento a crianças com deficiência. “Campo Grande nunca investiu tanto em educação inclusiva. Criamos salas de recursos para alunos com necessidades especiais e as equipamos com materiais de apoio”, afirmou Adriane, destacando que sua gestão trabalhou para oferecer estruturas adaptadas e acessíveis.
Outro ponto foi a mobilidade urbana. Rose Modesto criticou a falta de investimentos em infraestrutura de transporte, especialmente em corredores de ônibus e ciclovias, argumentando que Campo Grande está estagnada em relação à modernização desses sistemas. "Os moradores que dependem do transporte público sofrem com ônibus lotados e a falta de pontualidade. Como a atual administração pretende resolver isso?", questionou Rose, acusando Adriane de inércia.
Adriane Lopes respondeu mencionando obras recentes, como o recapeamento da Avenida Duque de Caxias e o aumento da frota de ônibus, além de um programa de integração para bairros mais afastados. "Requalificamos vias importantes e ampliamos as opções de transporte. Fizemos a obra de infraestrutura de asfalto em bairros que há anos não recebemos melhorias. Estamos promovendo mudanças reais para os usuários do transporte público", afirmou a atual prefeita.
Rose, no entanto, destacou que esses projetos foram apenas pontuais e que as melhorias não se refletiram na qualidade do serviço para a maioria da população. "Tem muito marketing e pouca realidade. Precisamos de uma rede integrada de ciclovias, com segurança para quem deseja se deslocar de bicicleta. O que vemos, infelizmente, são obras eleitoreiras e descomprometidas com um planejamento a longo prazo", criticou.
A educação foi outro tópico central no debate. Rose Modesto criticou a gestão de Adriane Lopes por, segundo ela, não investir o suficiente na inclusão escolar, especialmente para crianças com deficiência. “Em uma única sala de aula, temos cinco ou mais crianças com deficiência, atendidas por um único professor. Isso prejudica não só esses alunos, mas toda a turma”, acusou Rose, apontando para a falta de monitores e estrutura adequada nas escolas públicas.
Adriane se defendeu mencionando investimentos em capacitação e infraestrutura para o atendimento de alunos com necessidades especiais, afirmando que sua gestão promove ações pioneiras, como a criação de um centro especializado em educação inclusiva. “Temos hoje uma rede capacitada para acolher todas as crianças, independentemente de suas limitações. Investimos em infraestrutura e ampliamos o quadro de apoio”, ressaltou.
Ao fim do tempo, a candidata Adriane Lopes fez uma série de críticas contundentes à sua adversária Rose Modesto, enfatizando a falta de resultados concretos de sua gestão à frente da Sudeco e questionando o impacto de seus vínculos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Qual benefício ela trouxe pra Campo Grande na Sudeco? Ela poderia ter investido em Campo Grande, mas não investiu”, disse a atual prefeita.
Em resposta, Rose Modesto rebateu as acusações, defendendo sua trajetória política e seu papel em trazer recursos para a cidade. “Ela mente muito. É lamentável você debater com uma pessoa que pensa o tempo todo. Bom, mas vamos lá. Eu quero falar com você que está em casa. Essa é a prefeita que nós temos. Sempre botando a culpa em alguém. Quando é conveniente para ela, ela está junto, ela defende. É muito triste isso tudo”, disse Rose.
Rose destacou que sua indicação à Sudeco resultou na liberação de quase 400 milhões de reais para Campo Grande, ressaltando que essas informações estão disponíveis em suas redes sociais. Além disso, Rose fez questão de lembrar que sua indicação foi reforçada por quatro governadores e que seu compromisso sempre foi com os interesses da cidade. Rose também utilizou o debate para apontar contradições nas observações de Adriane. “Quando ela fala do Lula, né? Com tanta preocupação. O meu partido é a União Brasil, o partido de centro-direita. A Adriane e o Lídio fizeram campanha para o PT. Defendemos o deputado Vander, tá aí, todo mundo sabe, na última eleição”, afirmou Rose, chamando atenção para o fato de que o partido de Adriane, o PP, está alinhado ao governo Lula representado pelo ministro do esporte André Fufuca (PP).
Por fim, Adriane Lopes questionou a trajetória política de Rose Modesto, ressaltando a falta de realizações concretas durante seus 16 anos de vida pública. “Você que está em casa, lembra de algum feito da Rose? Você se lembra de algum trabalho realizado na cidade?”, indagou Adriane.
Ela ainda criticou a ineficácia das caravanas da Sudeco, mencionando que até hoje não receberam os frutos esperados. “As duas caravanas não tiveram resultado até hoje e ela conseguiu me enviar. Até hoje, gente, eu vou fazer o primeiro turno, e estou no segundo. O que ela investiu em Campo Grande? Nem eu e nem os empresários que estiveram nas duas caravanas da Sudeco conseguiram perceber algum impacto. Na área de mobilidade, você poderia ter mudado muita coisa, e não mudou”, concluiu.