Município diz que perda de vacinas era prevista; CPI confrontará secretário
Relatório da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) enviado à Câmara Municipal aponta que a perda de vacinas contra gripe no município não ultrapassou a marca de 19 mil doses, dentro da margem de até 10% prevista pelo Ministério da Saúde. O documento, resultado de uma sindicância aberta na pasta, foi solicitado pela CPI que apura o sumiço do produto e entregue na sexta-feira (4).
O vereador Marcos Alex, o Alex do PT, afirma que a perda pode ser bem maior do que os dados informados pelo município, segundo dados levantados pelos parlamentares. “Não vou adiantar os números, mas é discrepante”, diz o presidente da comissão.
Na sexta-feira (11) o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, será ouvido pelos vereadores, quando serão confrontadas as informações. Alex espera concluir o relatório uma semana após o depoimento.
Lívio Viana, o Dr. Livio (PSDB), que também integra a CPI, esclarece que o Ministério da Saúde costuma enviar doses extras para compensar a chamada perda técnica, entre 7 e 10%. Em Campo Grande, como foram enviadas 198 mil doses, seria aceitável redução de até 196 mil vacinas.
“Eles têm os números deles e nós temos os nossos. Há diferença”, afirmou. Os problemas, no entanto, vão além do desaparecimento. Segundo ele, foi identificada fragilidade no controle das imunizações. A falta de um protocolo adequado para registrar o uso do produto expõe os servidores ao risco de serem penalizados por eventuais sumiços.
Quando o caso veio à tona, o Campo Grande News constatou ausência de controle quando um dos integrantes da equipe de reportagem, que não se enquadrava no público alvo da campanha, conseguiu ser vacinado em um dos postos de saúde da cidade.
“Essa fragilidade é uma das questões que também serão abordadas durante o depoimento do secretário”, diz o vereador tucano.