ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, SEXTA  06    CAMPO GRANDE 21º

Política

Para tirar tornozeleira, Claudinho Serra alega feridas na pele e 5h na estrada

Ex-vereador também pede para dormir na fazenda da família, em Anastácio, onde trabalha todos os dias

Por Fernanda Palheta | 14/02/2025 09:57
Para tirar tornozeleira, Claudinho Serra alega feridas na pele e 5h na estrada
Imagem usada pela defesa do ex-vereador Claudinho Serra (PSDB) para mostrar ferimentos na pele causados pelo uso da tornozeleira (Foto: Reprodução)

Depois de cumprir por mais de 160 dias as medidas cautelares, que incluem o monitoramento eletrônico e toque de recolher, o ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, Claudinho Serra (PSDB), alvo da Operação Tromper, quer tirar a tornozeleira eletrônica e dormir na fazenda da família, em Anastácio, localizada 137 quilômetros de Campo Grande.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Ex-vereador Claudinho Serra (PSDB), investigado na Operação Tromper, solicitou à Justiça a retirada da tornozeleira eletrônica após 160 dias de uso. O pedido, apresentado ao juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, alega que o equipamento causa feridas na pele e prejudica seu trabalho como produtor rural. Serra precisa percorrer diariamente 5 horas de estrada entre Campo Grande e a fazenda da família em Anastácio. A defesa argumenta que não houve descumprimento das medidas cautelares e que o monitoramento prejudica suas atividades rurais. O ex-vereador é um dos 22 denunciados pelo Ministério Público por envolvimento em esquema fraudulento, sendo acusado de associação criminosa, fraudes em contrato e licitação pública, peculato e corrupção passiva.

O pedido foi apresentado ao juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, na última quarta-feira (12). A defesa de Claudinho justifica a flexibilização apontando que não houve descumprimento das determinações da Justiça e, por isso, não há motivo para as restrições, além do equipamento, causar irritações e feridas na pele.

De acordo com o documento, após a deflagração da operação, Claudinho se afastou do cargo e abandonou a vida política, sem registrar candidatura para disputar uma das 29 cadeiras da Câmara Municipal de Campo Grande. Desde então, segundo a defesa, o ex-vereador retomou as atividades como produtor rural.

A mudança profissional justificou um dos pedidos. Segundo a defesa, o trajeto para chegar à fazenda da família é de 2 horas e 40 minutos, ou seja, Claudinho demoraria mais de 5 horas na estrada todos os dias.

Para tirar tornozeleira, Claudinho Serra alega feridas na pele e 5h na estrada
Mapa mostrando o trajeto feito pelo ex-vereador de Campo Grande até a fazenda de sua família, em Anastácio, onde trabalha (Foto: Reprodução)

“O tempo de deslocamento diário de mais de 05 horas (ida e volta) reduz consideravelmente sua jornada de trabalho efetiva, comprometendo sua produtividade e, consequentemente, sua renda”, diz a defesa. Segundo a determinação judicial, Claudinho pode sair de casa às 6h e deve retornar até às 22h. O toque de recolher já foi ampliado, inicialmente era até às 20h.

Para a defesa, o monitoramento eletrônico é considerado “estigmatizante” e o uso constante “tem causado danos à saúde e integridade física”. As atividades na fazenda, somadas ao calor da região, causaram irritação e até feridas na pele.

Outros problemas apontados são a dificuldade para desempenhar atividades rurais, que frequentemente demandam mobilidade e flexibilidade, e a necessidade de recarregar o equipamento, que só pode ser feito na sede da fazenda, “limitando o exercício profissional, que tem como característica o deslocamento pela área rural”.

Alvo - O tucano, antes de ser vereador na Capital, foi secretário de Fazenda no município do interior governado pela sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP). O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou 22 pessoas por envolvimento no esquema fraudulento. A acusação alega que o grupo tinha “atuação predatória e ilegal”, agindo com “gana e voracidade”.

Na lista de investigados está os três considerados chefes do esquema: Claudinho Serra, o empresário Ricardo José Rocamora Alves e Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”. Na denúncia ofertada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e 3ª promotoria de Sidrolândia, Claudinho Serra foi denunciado por associação criminosa, fraudes em contrato e em licitação pública, peculato e corrupção passiva; Rocamora por fraude em licitação e corrupção ativa, assim como “Frescura”, também acusado de peculato.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias