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Política

PF já ouviu 15 pessoas e faz devassa em dados bancários da Solurb

Paulo Yafusso | 13/10/2015 19:32
Peritos analisam documentos apreendidos na Operação Lama Asfáltica e dados obtidos com a quebra dos sigilos bancário e fiscal (Foto: Marcos Ermínio)
Peritos analisam documentos apreendidos na Operação Lama Asfáltica e dados obtidos com a quebra dos sigilos bancário e fiscal (Foto: Marcos Ermínio)

A Polícia Federal já ouviu pelo menos 15 pessoas na investigação da Operação Lama, que investiga desvio de recursos federais em obras executadas no Estado. Alguns dos depoimentos foram colhidos ainda no dia em que a operação foi deflagrada em 9 de julho deste ano. Segundo o delegado Cleo Mazzotti, titular da Delegacia de Combate ao Crime Organizado, nesta fase não estão previstas novas oitivas. As ações estão concentradas na análise dos documentos apreendidos e dos primeiros dados obtidos com a quebra do sigilo bancário e fiscal dos investigados.

Entre os materiais apreendidos na Operação Lama Asfáltica estão computadores e contratos assinados com as empresas que estão sendo investigadas, como a Proteco, do empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, a LD, que pertence ao genro de Amorim, Luciano Dolzan. Foram necessários quatro caminhonetes para transportar tudo que foi apreendido pela PF e a CGU (Controladoria Geral da União). Entre os que já foram ouvidos estão João Amorim (já prestou dois depoimentos), Elza Cristina de Araújo dos Santos, sócia na Proteco, e alguns funcionários da Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos), órgão do Governo do Estado responsável pela contratação e fiscalização das obras contratadas pelo Estado.

Como o inquérito está sob sigilo, Mazzotti não quis dar mais detalhes da investigação. Mas o Campo Grande News apurou que muitos documentos já foram verificados e que na fase atual os peritos estão concentrados também na análise das informações bancárias e fiscais enviados pelos órgãos competentes por determinação da Justiça Federal, que no dia da Operação Lama Asfáltica havia deferido o pedido de quebra dos sigilos.

De acordo com o que foi apurado, estão sendo analisados os dados bancários e fiscais das empresas que fazem parte do Consórcio CG Solurb, que venceu a licitação para explorar o serviço de coleta e tratamento do lixo por um período de 25 anos. O contrato inicial tem o valor de R$ 1,3 bilhão. Conforme as investigações, tudo indica que houve direcionamento para que a CG Solurb vencesse a licitação. O Consórcio é formado pelas empresas LD e Financial.

O resultado da licitação foi divulgado em outubro de 2012. O Consórcio CG Solurb venceu o certame para fazer a limpeza urbana, a coleta e tratamento do lixo e também coordenar a implantação da Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos da Capital. Na época, a Comissão de Licitação informou que o grupo receberia por ano R$ 52 milhões.

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