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Política

Presidente do PL defende PEC da Blindagem, mas prevê derrota no Senado

Valdemar Costa Neto diz achar “difícil passar” proposta que já tem 2 votos contrários de MS

Por Mylena Fraiha | 21/09/2025 14:00
Presidente do PL defende PEC da Blindagem, mas prevê derrota no Senado
Mesmo sem poder de voto, Valdemar voltou a defender a proposta que prevê que deputados e senadores só possam ser processados com autorização da própria Casa (Foto: Marcos Maluf).

Apoiador declarado da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 3/21, o presidente nacional do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, afirmou neste domingo (21) acreditar que a proposta será derrubada no Senado. A declaração foi dada durante o evento de filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja ao partido, em Campo Grande.

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Valdemar Costa Neto, presidente do PL, defendeu a PEC da Blindagem, que restringe a possibilidade de processar parlamentares. Apesar de acreditar na rejeição da proposta pelo Senado, ele reiterou seu apoio à medida, que exige autorização da própria Casa para processar deputados e senadores. A declaração ocorreu durante a filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja ao PL, em Campo Grande. A PEC será pautada na próxima quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Paralelamente, Valdemar defendeu anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, alegando que a maioria dos presos não participou da invasão. Senadores de Mato Grosso do Sul, como Nelson Trad Filho e Soraya Thronicke, se manifestaram contra a PEC, enquanto Tereza Cristina ainda avalia o texto. Manifestações populares contra a PEC e a anistia ocorreram em diversas cidades do país.

Conforme noticiado pela GloboNews, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), afirmou neste domingo que pretende pautar a chamada PEC da Blindagem na próxima reunião do colegiado – prevista para quarta-feira (24). Segundo ele, caso o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) apresente o relatório, o texto será o primeiro item da pauta.

Mesmo sem poder de voto, Valdemar voltou a defender a proposta que prevê que deputados e senadores só possam ser processados com autorização da própria Casa, em votação secreta e com prazo de até 90 dias.

“Eu acho difícil passar, mas eu sou a favor. O que eles fizeram foi pegar a Constituição como ela era, antes da alteração que mandava direto pro Supremo. Eu gostaria muito que passasse, apesar de não ser deputado”, disse o líder do PL ao Campo Grande News.

No mesmo discurso, Valdemar também defendeu a aprovação de uma anistia ampla para os participantes dos atos de 8 de janeiro de 2023, posição que, segundo ele, é sustentada pelo partido.

“É lógico que, do pessoal que estava lá no dia 8 de janeiro, 99% dos que foram presos não estavam naquela história. Estavam do lado de fora, gritando: ‘não quebra, não quebra’. E eles não puseram policiamento; já estavam no governo e fizeram de propósito. Aí nós pagamos o pato. O PL, então, vai votar a favor da anistia ampla. É lógico que vamos. Vamos brigar por isso”, declarou.

Votos de MS – No mesmo evento, o senador Nelson Trad Filho (PSD-MS) reafirmou publicamente o voto contrário à PEC. “Eu não enxergo bem nenhum projeto que venha a ser autoprotetivo. Não me sinto bem em votar qualquer coisa que venha a diminuir a transparência”, disse.

Questionado sobre a tendência no Senado, Trad afirmou acreditar que a maioria será contrária. “Eu acredito que sim. O relator, o senador Alessandro Vieira, é altamente crítico a essa matéria. E eu tenho quase certeza de que ele vai se posicionar contra”.

Como já noticiado, a maioria da bancada de Mato Grosso do Sul se mostra contra a proposta, que abrange desde parlamentares estaduais, nas assembleias legislativas até membros do Congresso Nacional.

Nas redes sociais, a senadora Soraya Thronicke (Podemos) já havia classificado a PEC como “vergonhosa” e declarou que rejeitará o texto. “Todos os brasileiros, gostando ou não de mim ou de qualquer outro parlamentar, precisam de soluções para inúmeros problemas. A Câmara dos Deputados parou o país para resolver problemas pessoais de alguns membros”, afirmou. Já a senadora Tereza Cristina (PP) não se posicionou publicamente. À reportagem, disse que vê sentido em parte do texto, mas que pretende avaliar com calma. “Essa PEC já passou pelo Senado, mas foi modificada na Câmara. Quero ler com atenção. Tem coisas que precisam ser feitas e outras que acho que estão em excesso”, avaliou.

A medida também tem sido alvo de críticas de parte da população. Em Campo Grande, centenas de pessoas se reuniram neste domingo no cruzamento da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a PEC da Blindagem e contra a anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro.

O grupo caminhou pelo centro da cidade com carro de som, em ato que integrou mobilização nacional em 22 capitais e ao menos 30 municípios.

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