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Política

"Quebrar o pau": áudio mostra ação de empresária de MS no 8/1

Aparecida Zanini figura na lista dos denunciados por financiar ação que levou à invasão ao STF e Congresso

Por Silvia Frias | 08/01/2025 09:58
"Quebrar o pau": áudio mostra ação de empresária de MS no 8/1
Defesa de Aparecida Zanini diz que a intenção era participar de atos de forma pacífica (Foto/Arquivo)

Dois anos depois da invasão do Congresso Nacional e da sede do STF (Supremo Tribunal Federal), trechos da investigação contra a empresária Aparecida Solange Zanini mostram a participação no ato ocorrido no dia 8 de janeiro de 2023. Em um dos áudios, em meio aos preparativos, ela diz que é preciso “ir para cima desse povo” e que seria necessário “quebrar o pau e quebrar tudo lá”.

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A empresária Aparecida Zanini está entre os 63 denunciados pela PGR por financiar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília, tendo fretado um ônibus com 29 passageiros de Três Lagoas. Embora áudios revelem declarações suas incitando violência ("ir para cima desse povo", "quebrar o pau"), sua defesa argumenta que a intenção era participar de manifestações pacíficas, alegando que apenas facilitou o transporte para quem desejasse ir a Brasília. A investigação, no entanto, encontrou indícios de planejamento de atos violentos, como coletes balísticos e máscaras de gás em um dos ônibus, e mensagens que contradizem a versão de manifestação pacífica. A PGR reuniu elementos que sugerem a participação de Zanini em atos violentos, enquanto a defesa sustenta que sua participação foi pacífica e que ela deixou Brasília ao perceber os acontecimentos.

Aparecida Zanini é empresária em Três Lagoas e figura na lista dos 63 denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por financiar os atos antidemocráticos em Brasília, com pagamento de combustível, passagens ou por fretar ônibus para o translado dos manifestantes.

Segundo a denúncia, Aparecida contratou ônibus que partiu de Três Lagoas com 29 passageiros. O veículo foi parado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no dia 9 de janeiro, quando retornava de Brasília.

A Polícia Federal chegou aos responsáveis pelas contratações de ônibus e outros meios de transporte a partir de dados apresentados pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Segundo divulgado pelo jornal O Globo, hoje, a investigação reuniu mais elementos contra os suspeitos, como mensagens de teor golpistas.

Os áudios atribuídos à empresária, em que ela fala sobre “ir para cima” e “quebrar o pau” são do dia 3 de janeiro, na fase dos preparativos da invasão em Brasília. No dia 8, conforme investigação, Aparecida gravou vídeo dos manifestantes caminhando em direção à Esplanada e afirmou que estavam indo “retomar o que é nosso”.

Em depoimento, Aparecida confirmou ter estado tanto no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, na capital federal, quanto nos atos na Esplanada dos Ministérios. Além disso, ela participou de acampamento montado em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande.

O advogado Pedro Castro, que defende a empresária sul-mato-grossense, afirmou que ela apenas contatou a empresa de ônibus "para aqueles que quisessem ir para Brasília em apoio as manifestações, de forma democrática e pacífica, pagassem individualmente sua passagem". Castro acrescentou que ela participou do ato "de forma pacífica e democrática e quando percebeu todo o ocorrido, de imediato, foi embora".

Parte dos réus alega que a contratação do transporte foi feita com a intenção de participar de uma manifestação pacífica. A PGR, contudo, reuniu elementos que indicam um planejamento para atos violentos.

Em um ônibus vistoriado pela PRF, por exemplo, foram encontrados coletes balísticos, máscaras de gás e estilingue. Uma das rés recomendou que outra pessoa não levasse uma criança para Brasília, dizendo: “não é para ser 100% pacífica”.

Até agora, segundo dados divulgados pelo MPF (Ministério Público Federal), 1.413 pessoas foram denunciadas, sendo 1.156 incitadores, 248 executores, 8 agentes públicos e um financiador. Do total, 30 pessoas já foram condenadas, entre elas, pelo cinco moradores de Mato Grosso do Sul, a maioria por crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio e associação criminosa armada.

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