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Política

Razuk nega negócio de R$ 30 milhões: “Confundiram focinho de porco com tomada”

Réu na operação Successione, deputado estadual alega perseguição do Ministério Público

Por Aline dos Santos e Gabriela Couto | 29/02/2024 11:57
Deputado Neno Razuk (ao microfone) afirma que vai provar sua inocência. (Foto: Luciana Nassar/ALMS)
Deputado Neno Razuk (ao microfone) afirma que vai provar sua inocência. (Foto: Luciana Nassar/ALMS)

Réu na operação Successione, o deputado estadual Roberto Razuk Filho (PL), o Neno Razuk, negou que negociou investimento de R$ 30 milhões no jogo do bicho, atividade ilegal.

“Eu não negociei R$ 30 milhões. Realmente, uma pessoa conversou comigo que tinha um investidor. Como todo mundo sabe, o governo federal tem uma modalidade aprovada que é de R$ 30 milhões, que são as loterias esportivas. E estão confundindo focinho de porco com tomada. Eu tenho que me defender e provar que sou inocente de acusações que chegam a ser, do meu ponto de vista, exageradas”, afirma Razuk.

De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), interceptações telefônicas e de mensagens obtidas no telefone do braço direito e um dos gerentes do grupo de Razuk na Capital, o major reformado da Polícia Militar Gilberto Luiz dos Santos, mostram a liderança do deputado estadual no esquema e conversas sobre o aporte de R$ 30 milhões de investidor de fora do Estado no jogo do bicho em Campo Grande.

Réu na operação, o deputado nega as denúncias e aponta perseguição do Ministério Público.

“Eu não tenho participação no que estão me acusando e creio que muitas dessas acusações são exageradas. Minha defesa vai providenciar para que eu tenha minha inocência provada”, diz o parlamentar.

A reportagem questionou Razuk sobre o fato de a promotoria apontar o envolvimento do seu pai com a atividade ilegal.

“No passado, o meu pai foi acusado, respondeu por tudo e a gente não tem nenhum tipo de atividade ilícita. Como disse,  eu estou sofrendo uma perseguição muito grande. Inclusive, de forma exagerada, pelo Ministério Público e também pela imprensa. Me acusando de forma agressiva. O bicho funciona em Campo Grande e só falam de uma tentativa, mas não falam do grupo que trabalha”.

Investigação – Em 16 outubro do ano passado, aconteceram três roubos forjados de malotes do “recolhe” do jogo do bicho, em Campo Grande.

Com três crimes semelhantes, a equipe do Garras (Grupo Especializado de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) foi acionada e perseguiu um dos veículos usados no primeiro roubo.

O Hyundai/HB 20 estacionou em frente a uma residência, na Rua Gramado, no Bairro Monte Castelo. O investigado José Eduardo Abdulahad, o “Zeizo”, recebeu os policiais e acompanhou a diligência.

“Foi, então, que as equipes policiais, durante a busca pelos assaltantes, encontraram verdadeiro ponto de concentração da organização criminosa voltado à exploração do jogo do bicho, contendo centenas de máquinas usadas nas operações do jogo de azar, além de acessórios e de R$ 2,5 mil em dinheiro”, descreveu o Gaeco na denúncia.

Outros nove homens que estavam dentro da residência afirmaram que foram ao local jogar pôquer. A investigação também teve acesso a câmeras de segurança do condomínio Damha III, onde mora o parlamentar, e descobriu os veículos usados nos roubos dos “recolhes” passando na portaria para ir à casa do “chefe”.

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