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Política

Superlotação das UPAs gera debate na Câmara e divide vereadores

Doenças respiratórias lideraram casos atendidos no final de semana nas unidades de saúde

Por Jéssica Fernandes e Mylena Fraiha | 01/04/2025 12:20
Superlotação das UPAs gera debate na Câmara e divide vereadores
Vereadores durante sessão na Câmara Municipal. (Foto: Arquivo/ Izaías Medeiros/Câmara Municipal)

A superlotação das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade virou assunto da Câmara Municipal na sessão desta terça-feira (1º). Enquanto alguns vereadores justificam a alta demanda como atípica, outros apontam que o problema poderia ser evitado pela gestão municipal.

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A superlotação das UPAs em Campo Grande foi debatida na Câmara Municipal. Dados da Sesau mostram quase 5 mil atendimentos em um único dia, com doenças respiratórias e gastroenterites em alta. O líder da prefeita, Beto Avelar, considera a situação atípica, enquanto o vereador Dr. Lívio Leite critica a gestão municipal por falta de planejamento e intervenção. Leite também aponta a ausência de medidas contra profissionais que faltam aos plantões, agravando a crise. A discussão destaca a necessidade de planejamento a longo prazo e recursos para evitar o colapso na saúde pública.

Conforme dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), foram prestados quase 4,761 atendimentos nas unidades de urgência e emergência durante a segunda-feira (31). No final de semana, somando sábado e domingo, 6,417 pacientes receberam assistência.

As estáticas foram apresentadas à reportagem pelo líder da prefeita, na Câmara dos Vereadores, Beto Avelar (PP). Ao repercutir a demanda do final de semana e, principalmente, da segunda-feira, ele afirmou que a situação é atípica.

“Ontem praticamente bateu recorde, foram quase 5 mil atendimentos. Ontem foi uma segunda-feira atípica, ou seja, os casos de doenças respiratórias explodiram, o que gerou um acúmulo muito grande na saúde”, diz.

Superlotação das UPAs gera debate na Câmara e divide vereadores
Relatório de atendimentos da Sesau apresentado pelo vereador. (Foto: Mylena Fraiha)

Durante o final de semana e também na segunda-feira, Campo Grande registrou o total de 733 casos de infecção aguda das vias áreas superiores não especificadas. Casos de diarreia e gastroenterite de origem infecciosa ficaram em segundo lugar, com 408 atendimentos. Os números também constam nos dados gerais da Sesau apresentados por Beto Avelar.

Em relação a superlotação, o vereador declarou que não é só a rede municipal de saúde que está lidando com a superlotação. “A comparação que nós temos, através da doutora Rosana, secretária da Sesau, é que Unimed, Cassems, ou seja, todos  estão em superlotação.

Em contrapartida, o vereador e membro da Comissão Permanente de Saúde da Câmara, Dr. Lívio Leite (União Brasil) essa superlotação pode ser evitada. O vereador avalia que o colapso na rede municipal não é novidade e que a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) precisa intervir para o cenário não piorar.

“O que estamos vivendo hoje na saúde de Campo Grande é um caos instalado, e só vai piorar se não houver uma intervenção imediata. Mesmo assim, qualquer mudança real será a médio prazo. Tenho reforçado que essa é uma crise orçamentária”, enfatiza.

Lívio também defende que as doenças respiratórias não podem ser usadas como justificativas para a superlotação das unidades de saúde. Isso porque já é esperado que algumas épocas do ano manifestem diagnósticos específicos.

Por isso, a saída é ter um planejamento a longo prazo e recursos para a área da saúde. “Já sabemos que as doenças respiratórias aumentam nesta época do ano. Os indicadores de saúde e os dados epidemiológicos demonstram isso. Então, não pode ser usado como justificativa. Se continuarmos justificando problemas previsíveis, cometeremos os mesmos erros de sempre”, declara.

O vereador aponta que a Sesau não está tomando medidas cabíveis em relação aos profissionais que não estão prestando atendimento nas UPAs. “Há profissionais que estão se ausentando dos plantões e a Sesau não faz absolutamente nada sobre isso. Enquanto isso, a população sofre”, finaliza.

A reportagem entrou em contato a Sesau sobre o caso de superlotação e também sobre a ausência de profissionais nos plantões. O espaço segue aberto.

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