ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
SETEMBRO, SEGUNDA  22    CAMPO GRANDE 19º

Política

TJ confirma suspensão de aumento salarial do prefeito e 1º escalão de Bela Vista

Reajuste aprovado por decreto legislativo elevaria vencimentos em até 46% e custaria R$ 1 milhão aos cofres

Por Ângela Kempfer | 22/09/2025 14:37
TJ confirma suspensão de aumento salarial do prefeito e 1º escalão de Bela Vista
Prefeito de Bela Vista abraça a vice em evento de campanha no ano passado (Foto: Reprodução)

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul manteve suspenso o reajuste salarial do prefeito de Bela Vista, Gabriel Boccia, da vice-prefeita Letizia Murano e de oito secretários municipais. O aumento havia sido concedido pela Câmara de Vereadores por meio de decreto legislativo, mas a Justiça entendeu que essa modalidade não tem validade para fixar subsídios de agentes políticos, que só podem ser definidos por lei formal aprovada pelo Legislativo, conforme determina a Constituição.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a suspensão do reajuste salarial do prefeito Gabriel Boccia, da vice-prefeita Letizia Murano e de oito secretários municipais de Bela Vista. A decisão foi tomada após ação popular que questionou a legalidade do aumento concedido por decreto legislativo.O aumento, que elevaria o salário do prefeito de R$ 15 mil para R$ 22 mil, geraria impacto de R$ 1 milhão em quatro anos aos cofres públicos. A Justiça determinou que reajustes salariais de agentes políticos só podem ser definidos por lei formal, não por decreto, e estabeleceu multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

A decisão de suspender os pagamentos foi tomada inicialmente pela juíza Jeane de Souza Barboza Ximenes, que atendeu a uma ação popular protocolada pelos advogados Orlando Frugulli Moreira, de Camapuã, e Daniel Ribas da Cunha, de Dourados.

Eles apontaram que o reajuste aprovado em julho do ano passado, para vigorar a partir de janeiro deste ano, geraria impacto de aproximadamente R$ 1 milhão em quatro anos, com custo mensal estimado em R$ 22,8 mil aos cofres públicos. O salário do prefeito passaria de R$ 15 mil para R$ 22 mil; o da vice, de R$ 9 mil para R$ 12 mil; e o dos secretários, de R$ 7,5 mil para R$ 9 mil.

Na liminar, assinada em 24 de março e publicada apenas meses depois, a magistrada destacou que decretos servem apenas para regulamentar leis, não para criar novas regras e fixou multa de R$ 50 mil ao prefeito em caso de descumprimento.

O Município recorreu da decisão por meio de agravo de instrumento, mas a 5ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), sob relatoria da desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, negou o pedido por unanimidade. Para os desembargadores, manter o decreto em vigor representaria risco de prejuízo ao erário e afronta ao princípio da simetria, que obriga municípios a seguirem as regras do processo legislativo federal.

Com a decisão colegiada, os reajustes seguem suspensos até o julgamento definitivo da ação popular. O prefeito e os secretários ainda serão citados para apresentar defesa no prazo de 20 dias. A reportagem entrou em contato com o chefe do Executivo, que ainda não havia se manifestado até a publicação desta matéria.