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Política

Vereadores de Ribas são acusados de engordar salários com falsas diárias

Zemil Rocha | 22/11/2013 19:05
Câmara de Ribas não exige comprovantes para pagar diárias a vereadores (Foto: Riopardonews)
Câmara de Ribas não exige comprovantes para pagar diárias a vereadores (Foto: Riopardonews)

Vereadores de Ribas do Rio Pardo podem ter recebido diárias com base em certificados falsos emitidos por uma empresa de Curitiba (PR), relativo a curso de atualização. Essa é uma das investigações que o Ministério Público (MP) e a Delegacia de Polícia Civil estão realizando quanto a gastos da Câmara de Ribas. Há três empresas na mira da operação por suposta participação no esquema para aumentar salários dos vereadores.

No Inquérito Civil nº 6/2013, o promotor Leonardo Palmerston pediu explicações ao presidente da Câmara, Adalberto Domingues, requisitando o envio de “comprovantes de hospedagem em Curitiba” para participação de seis dos 11 vereadores em curso realizado no período de 19 a 22 de junho de 2013. Pelos quatro dias, os vereadores Adalberto Domingues, Fabiano Duarte, Cláudio Siqueira Lins, Célia Ribeiro, Justino Nogueira Machado e Cacildo Camargo engordaram a remuneração de cada um em R$ 6 mil.

Em resposta ao promotor, o presidente da Câmara informa que a “não há necessidade de comprovantes de hospedagem” desde a aprovação da Resolução nº 48/2013, com estabelecimento de diárias fixas de R$ 750,00 para viagens dentro do Estado e R$ 1.500,00 para as interestaduais. Adalberto Domingues defendeu o critério adotado, alegando que com isso “diminuiu as despesas”, já que antes cada vereador podia gastar qualquer valor, que, se comprovado, eram restituído.

Há suspeita de que foi orquestrada uma verdadeira “fábrica de certificados falsos”, com mais de 300 tendo sido emitidos só para os vereadores de Ribas do Rio Pardo. A artimanha teria sido descoberta pelo vereador Adão Coene, que é adversário do grupo que foi beneficiado com diárias baseadas em supostos certificados falsos de curso.

O advogado João Alfredo Donieze, ao tomar conhecimento dos gastos, enviou uma representação ao Ministério Público, afirmando que os vereadores estão fazendo “artimanhas” que lhes garante salário mensal de R$ 11.150,00. Também denunciou o exagero de comissionados na Câmara, já que dos 27 funcionários, apenas três seriam concursados.

A pedido do MP, o delegado Reginaldo Salomão abriu inquérito policial. O delegado já intimou todos os vereadores na terça-feira passada. O vereador Adão Coene foi primeiro a ser ouvido. Na próxima segunda-feira (25) está previsto o depoimento do presidente da Câmara, Adalberto Domingues.

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