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Junho vermelho: Cada gota conta

Por Cristiane Lang (*) | 01/06/2025 07:17

Junho é o mês em que o Brasil se veste de vermelho para lembrar a todos sobre a importância da doação de sangue. A campanha “Junho Vermelho” surgiu com um propósito claro e vital: conscientizar a população sobre a necessidade contínua de manter os estoques de sangue abastecidos nos hemocentros do país. Em um gesto simples e generoso, vidas são salvas — e isso não é força de expressão.

O que é o junho vermelho?

Inspirado por outras campanhas de saúde, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul, o Junho Vermelho foi criado pelo Movimento Eu Dou Sangue e incorporado ao calendário nacional. O mês foi escolhido por estar próximo ao Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado em 14 de junho, uma data estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A campanha não tem só o objetivo de aumentar o número de doações nesse período, mas de despertar um senso de responsabilidade social que ultrapasse o mês de junho. Doar sangue não deve ser um ato ocasional, impulsionado apenas por emergências ou campanhas — deve ser um hábito.

A realidade dos estoques baixos

Os estoques de sangue no Brasil frequentemente operam em níveis críticos. Situações como acidentes, cirurgias de emergência, tratamentos de câncer, anemias graves e partos complicados exigem transfusões constantes. Um único acidente de trânsito pode exigir mais de 20 bolsas de sangue. E cada bolsa doada pode salvar até quatro vidas.

Durante o inverno, quando o frio aumenta e as doenças respiratórias se intensificam, o número de doadores costuma cair. Isso torna o mês de junho ainda mais estratégico: é um momento para reforçar a importância da doação contínua, inclusive diante do frio, da correria da vida ou da falta de tempo.

Quem pode doar?

Para doar sangue, a pessoa deve:

● Estar em boas condições de saúde;

● Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 precisam de autorização dos responsáveis);

● Pesar mais de 50 kg;

● Estar descansado e alimentado (evitar alimentos gordurosos nas 4 horas antes da doação);

● Apresentar documento com foto.

O processo é rápido, seguro e, acima de tudo, humano. Doar não dói, não faz mal e, em menos de uma hora, você já pode voltar para a sua rotina com a certeza de ter feito algo grandioso.

Cada gota conta

É impossível prever quando a vida de alguém que amamos — ou a nossa própria — pode depender de uma transfusão. Por isso, o “cada gota conta” não é apenas um slogan: é um lembrete. Cada pessoa que estende o braço em um gesto de solidariedade está ajudando a tecer uma rede invisível de cuidado e esperança.

O sangue não pode ser fabricado em laboratório. Ele depende exclusivamente da doação voluntária e altruísta. Quando você doa, você se torna parte de um milagre que se repete todos os dias nos hospitais do Brasil inteiro.

Junho Vermelho é mais do que uma campanha: é um chamado à empatia. É um convite para que cada um de nós se torne um elo de salvação na vida de alguém. Não espere um motivo pessoal para doar. Que o motivo seja coletivo. Que o impulso venha da consciência. Porque, no fim das contas, cada gota conta — e cada doador importa.

Se você pode, doe sangue. Se não pode, ajude a divulgar. A vida agradece.

(*) Cristiane Lang, psicóloga clínica especializada em Oncologia

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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