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O que a febre aftosa tem a ver com internacionalização?

Por Lucas Oliveira de Sousa (*) | 04/06/2025 13:30

A recente declaração de Mato Grosso como área livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), não representa apenas uma conquista sanitária. Trata-se, sobretudo, de um símbolo do que somos capazes de alcançar quando Estado e setor produtivo atuam com intencionalidade estratégica, responsabilidade compartilhada e visão de futuro, combinando foco local com atuação internacional.

Com esta declaração, Mato Grosso se posiciona em um novo patamar de competitividade no cenário global. Isso significa acesso ampliado a mercados Internacionais exigentes, que valorizam status sanitário diferenciado. Mas nada disso seria possível sem anos de trabalho técnico, investimentos em infraestrutura de defesa agropecuária e, principalmente, sem o alinhamento institucional entre governo, produtores, indústrias e entidades do setor.

Ou seja, não se trata de um acontecimento que "surgiu do nada". Ele é resultado de uma internacionalização pensada de forma proativa. Internacionalizar-se não é apenas vender para o exterior; é preparar-se, estruturar cadeias produtivas, cumprir protocolos, antecipar tendências e adotar padrões globais. A conquista do status de estado livre de aftosa sem vacinação é exemplo claro de como a internacionalização, quando assumida como política de Estado e estratégia empresarial, gera impactos duradouros e transforma a imagem de uma região.

Mato Grosso avança porque tem exercitado o arte de dialogar com o mundo. E esse diálogo exige mais do que abrir mercados: exige credibilidade, consistência e compromisso coletivo. O reconhecimento internacional que agora celebramos precisa nos inspirar a seguir nesse caminho, investindo mais em ciência, rastreabilidade, sustentabilidade e, sobretudo, na construção de uma reputação confiável para nosso agronegócio.

Percebe como esse tema da febre aftosa está diretamente relacionado com internacionalização? Afinal de contas, o que está em jogo não é apenas exportar mais carne, mas consolidar Mato Grosso como referência global em sanidade, qualidade e governança agropecuária. Que essa conquista nos lembre de que, quando cooperamos e pensamos o futuro com intencionalidade, estratégia, ousadia e responsabilidade, o mundo se abre para nós.

(*) Lucas Oliveira de Sousa, PhD em Ciências Agrícolas (Universität Hohenheim), professor e pesquisador da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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