Teatro e arte como caminhos para memória e qualidade de vida na terceira idade
A vida na terceira idade é um período rico em histórias, experiências e aprendizados. Ao mesmo tempo, pode trazer desafios como o declínio cognitivo, a perda de vínculos sociais e o surgimento de dores físicas ou emocionais. Com mais de 40 anos de experiência trabalhando diretamente com idosos em oficinas de teatro, tive a oportunidade de testemunhar o poder transformador da arte aliada à psicologia
O teatro não é apenas entretenimento. Ele se configura como uma ferramenta completa para a mente, o corpo e as emoções. Memorizar falas e gestos, acompanhar sequências e se expressar corporalmente estimula a memória, a atenção e a coordenação motora. Além disso, a interação social e o riso proporcionados nas oficinas têm efeito direto na saúde emocional, reduzindo o estresse e a ansiedade e promovendo uma sensação de pertencimento.
Muitos participantes compartilham os resultados de maneira emocionante:
“Estou dormindo melhor desde que comecei as aulas.”
“Minhas dores diminuíram e me sinto mais ativa.”
“Fiz novas amizades e me sinto mais feliz.”
“Me divirto muito e já não sinto mais solidão.”
Do ponto de vista psicológico, essas experiências vão além do físico: a prática do teatro fortalece a autoestima, promove resiliência emocional e melhora a percepção de si mesmo. O engajamento artístico ajuda o idoso a se reconectar com suas emoções, a expressá-las de forma saudável e a vivenciar momentos de alegria genuína, fortalecendo tanto a saúde mental quanto a social.
Minha prática profissional demonstra que integrar psicologia e arte não é apenas enriquecedor, mas transformador. Cada oficina se torna um espaço seguro de expressão, aprendizado e conexão, ajudando os idosos a envelhecerem de forma ativa, criativa e emocionalmente saudável.
(*) Solange das Flores Nascimento é psicóloga psicanalista, atriz e diretora profissional.
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