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Transformação digital para as compras públicas municipais

Por Leonardo Ladeira (*) | 28/11/2024 13:30

A passos largos, a inovação tecnológica se tornou a bússola que guia as compras públicas rumo ao futuro. Hoje, o digital não é apenas uma promessa, mas uma realidade palpável para administração pública.

Um estudo realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2021, mostrou que 86% da população brasileira estava adaptada ao mundo digital, enquanto a média de 56% conheciam os serviços municipais disponíveis na internet. Como essa adaptação tecnológica vem preenchendo espaço cada vez mais rápido, e a Nova Lei de Licitações e Contratos exige meios eletrônicos para dar prosseguimento aos processos licitatórios, por que não caminhar ao lado dessa evolução?

A tecnologia não é mais apenas uma ferramenta; ela é a ponte que une a população a um mundo mais interconectado e moderno, sendo a responsável, atualmente, por facilitar processos antes considerados burocráticos.

No caso das compras públicas, uma das vantagens dessa transformação digital é justamente a automação de processos, que consegue refletir na melhora do desempenho dos entes públicos. Neste sentido, a utilização de sistemas integrados e plataformas eletrônicas, por exemplo, trazem facilidades aos gestores desde a elaboração de editais até a conclusão de contratos, reduzindo consideravelmente a burocracia, prazos e agilizando todo o ciclo de compras necessário aos municípios.

Mas será que, de fato, a adoção da transformação digital na rotina apresenta também eficiência, agilidade e segurança aos gestores públicos?

Primeiro, é necessário identificar os processos que podem ser automatizados. Em seguida, é preciso avaliar as soluções disponíveis no mercado e escolher aquela que melhor atenda às necessidades da organização. Aderir tecnologias digitais, além de gerar novas oportunidades econômicas e sociais, pode contribuir para o progresso de cidades mais inteligentes no âmbito da vida urbana, sustentabilidade ambiental e serviços públicos mais acessíveis.

Estamos falando também do reflexo de redução de custos quando implementado a digitalização na administração pública. Sobretudo, gerando oportunidades de emprego na área de tecnologia da informação e comunicação. Por isso, trago uma análise dos processos manuais que podem se tornar eletrônicos e facilitar consequentemente as rotinas administrativas. Veja a seguir:

Plataformas de Compras Eletrônicas: A implementação de plataformas de compras eletrônicas pode simplificar o processo de aquisição de bens e serviços, tornando-o mais rápido e eficiente.

Automação de Processos: A automação de processos pode reduzir o tempo e o esforço necessário para realizar determinadas tarefas que se tornam repetitivas e demoradas, como a verificação de documentos ou a comparação de propostas.

Análise de Dados: A análise de dados pode ser usada para identificar padrões e tendências nas compras públicas, o que pode ajudar a identificar oportunidades de soluções digitais inovadoras que podem atrair investimentos de empresas de tecnologia e outras indústrias.

Treinamento e Capacitação: Para aproveitar ao máximo as tecnologias digitais, é essencial que os funcionários públicos recebam treinamento adequado para utilização de novas ferramentas e regulamentação de leis.

Como podemos perceber, a transformação digital causa um grande impacto nas compras públicas. Além de ser um processo contínuo que requer planejamento estratégico, investimento em tecnologia e treinamento. No entanto, com as estratégias e ferramentas certas, as cidades podem usar a tecnologia para tornar as compras públicas mais eficientes, ágeis e responsivas acima de tudo para as necessidades dos cidadãos.
*Leonardo Ladeira é analista de sistemas especializado em aplicações para ambientes web. Desde 1999 atua desenvolvendo soluções tecnológicas SaaS (Software como serviço) focadas em auxiliar a gestão pública. Em 2016 fundou o Portal de Compras Públicas, um dos principais marketplaces de licitações do Brasil.

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