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Cidades

Agência nega foco do TCU na BR-163 e diz que relatório foi "exemplificativo"

ANTT afirma que auditoria tratou de transparência geral das concessões federais e não apenas à Motiva Pantanal

Por Jhefferson Gamarra e Mylena Fraiha | 26/12/2025 16:15
Agência nega foco do TCU na BR-163 e diz que relatório foi "exemplificativo"
Trecho da BR-163 durante obras em Mato Grosso do Sul (Foto: Osmar Veiga)

Após a divulgação de relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) que apontou falhas na transparência das informações sobre concessões rodoviárias federais, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) esclareceu que a auditoria não teve como objeto específico o contrato da BR-163 em Mato Grosso do Sul nem a concessionária Motiva Pantanal, antiga CCR MSVia.

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A ANTT esclareceu que o relatório do TCU, que apontou falhas na transparência das informações sobre concessões rodoviárias federais, não teve como foco específico o contrato da BR-163 em Mato Grosso do Sul. A auditoria, de caráter mais amplo, visa aperfeiçoar a transparência das informações relacionadas aos Programas de Exploração da Rodovia. A agência informou que já iniciou a implementação das recomendações do TCU, que incluem centralização de informações e adoção de formatos mais acessíveis. O contrato da BR-163, reestruturado em agosto, prevê investimentos de R$ 9,31 bilhões ao longo de 29 anos, com possibilidade de prorrogação.

Segundo a agência, o processo instaurado pelo Tribunal de Contas, trata-se de uma auditoria de caráter mais amplo, voltada ao aperfeiçoamento da transparência das informações relacionadas aos PER (Programas de Exploração da Rodovia) no conjunto das concessões federais sob regulação da agência.

No relatório divulgado neste mês, o TCU apontou dificuldades de acesso, compreensão e organização dos dados sobre as obrigações contratuais das concessionárias, destacando, entre os exemplos analisados, o caso da BR-163 em Mato Grosso do Sul, cuja concessão passou por reestruturação e mudança de nome da empresa operadora. Para o tribunal, a fragmentação das informações em diferentes páginas do portal da ANTT dificulta o controle social e o acompanhamento do cumprimento do contrato.

Em resposta, a ANTT afirmou que a menção à Motiva Pantanal no relatório ocorreu de forma meramente exemplificativa, sem qualquer apontamento de irregularidades, ilegalidades ou descumprimento contratual por parte da concessionária. A agência reforçou que o foco da fiscalização foi a forma de divulgação das informações, e não a execução do contrato específico da BR-163 no Estado.

A agência reguladora também destacou que atuou de maneira colaborativa durante todo o processo de auditoria, manifestando concordância com os achados apresentados pela equipe técnica do TCU. De acordo com a agência, essa postura foi reconhecida pelo próprio tribunal no Acórdão nº 2846/2025-Plenário, aprovado por unanimidade.

Ainda conforme a ANTT, as recomendações feitas pelo TCU, que incluem a revisão do Plano de Dados Abertos, a centralização das informações das concessões em um único local, a adoção de formatos mais acessíveis para divulgação das obrigações previstas no PER e a criação de ferramentas como painéis interativos, já começaram a ser implementadas.

A agência informou que as medidas de aprimoramento da transparência seguirão sendo executadas dentro do prazo estabelecido pelo TCU, de até 180 dias, em alinhamento com o planejamento institucional. O tribunal prevê um novo acompanhamento das ações no ciclo 2025/2026.

O contrato da BR-163 em Mato Grosso do Sul, reestruturado e apresentado pela ANTT em agosto deste ano, prevê investimentos de aproximadamente R$ 9,31 bilhões ao longo de 29 anos, com possibilidade de prorrogação por mais 20. A rodovia tem 845 quilômetros de extensão, entre Mundo Novo e Sonora, e atravessa 19 municípios do Estado, com cobrança de pedágio desde 2014.

Em manifestação anterior, a Motiva Pantanal afirmou que cumpre integralmente todas as obrigações previstas no contrato e que envia periodicamente informações detalhadas à ANTT, responsável pela regulação e fiscalização da concessão.