“Agressor que viola ordem judicial é alerta para feminicídio”, diz delegada
Operação cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão, além de monitorar uso de tornozeleira eletrônica

Com o objetivo de intensificar o enfrentamento à violência de gênero, a Operação Shamar foi deflagrada em todo o país no dia 1º de agosto e segue até 4 de setembro, com ações articuladas entre forças de segurança e instituições parceiras. Em Mato Grosso do Sul, a Polícia Civil atua com ponto focal na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
RESUMO
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Operação Shamar combate violência contra a mulher em MS. A ação, que ocorre em todo o país, visa intensificar o enfrentamento à violência de gênero com caráter preventivo, fiscalizatório e repressivo. Em Mato Grosso do Sul, a Polícia Civil cumpre mandados de prisão, busca e apreensão, além de monitorar o uso de tornozeleiras eletrônicas. Delegada alerta para risco de feminicídio em casos de descumprimento de medidas protetivas. A Operação Shamar também promove ações educativas para conscientizar vítimas, familiares e a sociedade sobre o ciclo da violência. A delegada Fernanda Piovano destaca a importância da denúncia e do reconhecimento dos sinais de relacionamentos abusivos para a prevenção do feminicídio.
A operação, que é uma iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública, tem caráter preventivo, fiscalizatório e repressivo, com uma média de 50 ordens judiciais cumpridas semanalmente, entre mandados de prisão domiciliar, uso de tornozeleiras eletrônicas e buscas e apreensões. Nesta quinta-feira (1º), a delegacia especializada cumpre cinco ordens judiciais nas regiões da Vila Almeida e Vila Popular, em Campo Grande.
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“Agressor que desrespeita ordem judicial nos traz um alerta de ser um eventual feminicida”, afirmou a delegada Fernanda Piovano, ao destacar a importância de agir com rapidez diante de sinais de descumprimento das medidas protetivas. “Essas ações demonstram o quanto esses crimes têm sido levados aos órgãos públicos e têm tido resposta eficaz. A própria tornozeleira já é algo repressivo, imposto contra agressores que insistem em violar as medidas protetivas de urgência”, completou.
Durante a operação, a Deam também promove rodas de conversa, palestras e outras atividades educativas com foco na conscientização de vítimas, familiares e sociedade sobre o ciclo da violência. “Todo trabalho preventivo e repressivo tem potencial de impactar na redução dos crimes de feminicídio, porque é levando informação e orientação que conseguimos incentivar a mulher a quebrar o silêncio e denunciar”, pontua.
A delegada destaca que o feminicídio, por ser um crime de ódio, muitas vezes é de difícil prevenção. “Conseguimos identificar um relacionamento abusivo, mas para isso a vítima também precisa reconhecer os sinais. Muitas permanecem na invisibilidade e só são identificadas após o crime”, lamenta.
Outro fator que dificulta o enfrentamento é o ambiente em que a violência ocorre: “Em geral, a violência acontece dentro da própria casa da vítima, sem testemunhas, e quando há, geralmente são crianças”, explica Piovano.
Mesmo com duração definida, a Operação Shamar representa um compromisso permanente da Deam. “O nome da operação e tudo que ele representa deve acompanhar diariamente o trabalho da delegacia especializada. Todos os policiais estão preparados para acolher as vítimas, identificar ciclos de violência e agir com proteção imediata”, afirma a delegada.
Com ações firmes e integradas, a Operação Shamar reafirma a urgência do combate à violência doméstica e destaca a importância do envolvimento de toda a sociedade na proteção das mulheres. O nome Shamar vem do hebraico e significa “guardar”, “vigiar” ou “proteger”.
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