Campo Grande entra na lista das 30 cidades que mais perderam participação no PIB
Campo Grande está entre os 30 municípios brasileiros que mais perderam participação no Produto Interno Bruto (PIB) entre 2022 e 2023. A capital de Mato Grosso do Sul registrou recuo de 0,02 ponto percentual e manteve participação de 0,4% na economia nacional, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, figura entre os 30 municípios brasileiros que mais perderam participação no Produto Interno Bruto (PIB) entre 2022 e 2023. Com recuo de 0,02 ponto percentual, a cidade manteve participação de 0,4% na economia nacional, ocupando a 29ª posição no ranking de maiores perdas relativas. O resultado ocorre em um momento em que as capitais brasileiras ampliaram sua participação no PIB nacional, passando de 27,5% para 28,3%. Segundo o IBGE, essa tendência está relacionada à retomada do setor de serviços nas grandes cidades e à perda de participação de municípios ligados à indústria extrativa.
A cidade aparece na 29ª posição do ranking de maiores perdas relativas, ao lado de municípios de médio e grande porte espalhados por diferentes regiões do país. O levantamento faz parte da pesquisa PIB dos Municípios 2022–2023, que analisa a evolução da economia nos 5.570 municípios brasileiros.
O recuo de Campo Grande ocorre em um contexto mais amplo de desaceleração do processo de desconcentração econômica do país. Em 2023, as capitais voltaram a ampliar sua fatia no PIB nacional, passando de 27,5% para 28,3%, enquanto os municípios que não são capitais recuaram de 72,5% para 71,7%.
Segundo o analista de Contas Regionais do IBGE, Luiz Antonio de Sá, o movimento está associado a fatores conjunturais, especialmente à perda de participação de municípios ligados à indústria extrativa, como a exploração de petróleo, e à retomada do setor de serviços nas grandes cidades.
“O ganho de participação das capitais está diretamente atrelado a perdas de municípios que não são capitais, sobretudo aqueles vinculados à extração de petróleo. Esse comportamento desacelerou o processo de desconcentração econômica”, explica.
Embora Campo Grande não tenha economia baseada na exploração mineral ou petrolífera, o resultado indica dificuldade de acompanhar o ritmo de crescimento de centros urbanos que se beneficiaram mais intensamente da retomada dos serviços e das atividades financeiras no pós-pandemia.
O ranking das maiores perdas é liderado por Maricá (RJ), que teve queda de 0,35 ponto percentual, seguida por Niterói (RJ) e Saquarema (RJ). Além de Campo Grande, aparecem na lista municípios como Barueri (SP), Jundiaí (SP), Uberaba (MG) e Sorriso (MT).
No outro oposto dessa realidade, os maiores ganhos de participação no PIB em 2023 ficaram concentrados nas capitais e em cidades com forte presença do setor de serviços. São Paulo (SP) liderou o ranking, com aumento de 0,36 ponto percentual, alcançando 9,7% da economia nacional. Também registraram avanço Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ), cada uma com ganho de cerca de 0,1 ponto percentual, além de Belo Horizonte (MG), que manteve crescimento próximo desse patamar.
Segundo o IBGE, o desempenho está ligado sobretudo à retomada das atividades presenciais após a pandemia e ao fortalecimento dos serviços, em especial os financeiros, após o período mais crítico da pandemia.
Os dados do IBGE mostram que, apesar de o processo de desconcentração econômica não ter sido revertido, ele perdeu força em 2023, com maior concentração do PIB nas capitais e nas grandes concentrações urbanas, sobretudo em São Paulo.


