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Cidades

Além de 7 confirmados, MS tem 4 casos de mpox suspeitos

Capital teve a maioria dos positivos no ano, enquanto o interior tem os que são investigados neste momento

Por Cassia Modena | 16/08/2024 11:09
Funcionárias analisam materiais biológicos no Lacen/MS (Foto: Arquivo/Divulgação/Governo de MS)
Funcionárias analisam materiais biológicos no Lacen/MS (Foto: Arquivo/Divulgação/Governo de MS)

Dois dias após a mpox ser declarada emergência mundial pela OMS (Organização Mundial de Saúde), Mato Grosso do Sul segue com quadro considerado tranquilo quanto a doença. Até a manhã de hoje (16), o número de casos confirmados este ano, no Estado, é de 7 e há 4 em investigação.

As pessoas com suspeita da infecção são de Três Lagoas, Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo e Jardim, segundo informou a gerente das ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), HIV/Aids e hepatites virais da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Alessandra Salvatori.

Já as confirmações ocorreram em Campo Grande (6) e em Ponta Porã (1). Mortes não foram registradas.

O material coletado para investigação dos possíveis novos casos, será analisado no Lacen-MS (Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul). O resultado de cada um costuma sair em até quatro dias.

Nova variante - Embora sejam poucos os casos positivos e suspeitos no Estado, até o momento, Salvatori alerta para a nova cepa do mpox, a mais letal identificada desde que o vírus é conhecido. A variação perigosa não circula no Brasil, ainda.

"Faremos o monitoramento dos casos positivos para conseguir perceber quando a cepa vai começar a circular no nosso país, o que entendemos ser uma consequência que não tem como burlar", falou a gerente. Essa identificação será feita por sequenciamento genético disponível em laboratórios de referência do Rio de Janeiro (RJ).

A gerente das ISTs, HIV/Aids e hepatites virais da Secretaria Estadual de Saúde, Alessandra Salvatori (Foto: Cassia Modena)
A gerente das ISTs, HIV/Aids e hepatites virais da Secretaria Estadual de Saúde, Alessandra Salvatori (Foto: Cassia Modena)

A nova variante é chamada de 1b. A que circulava isoladamente até então, e motivou a primeira declaração de emergência mundial da mpox em 2022, é a 2b.

Grupos vulneráveis e sintomas - O vírus é transmitido principalmente durante o ato sexual. Sendo assim, pessoas convivendo com HIV, homens que fazem sexo com homens e pessoas sexualmente ativas são considerados os grupos mais vulneráveis para a doença.

No entanto, preocupa o registro da doença em crianças no continente africano, onde a mpox foi identificada primeiro e chamada inicialmente de "varíola dos macacos".

"Se percebeu alto número de transmissão em crianças. Ela ocorre por contato com as lesões na pele, então, acredita-se que seja transmitada pelos cuidadores", explicou Alessandra.

Os sintomas mais comuns da mpox são febre, ínguas (glânglios inchados visíveis no pescoço) e erupções na pele que, de início, podem ser confundidas com varicela ou "até com pelo encravado", avisa a gerente.

Vacinação - Em Mato Grosso do Sul, 400 doses de vacina para a cepa 2b da mpox foram enviadas a 10 municípios, quando houve o primeiro alerta sobre a emergência mundial da doença.

Além dos grupos vulneráveis, técnicos de laboratórios também foram vacinados, lembra a gerente de imunização da SES, Ana Paula Rezende Goldfinger. Restaram apenas três nos estoques.

A representante explica que o Brasil negocia o envio de 25 mil doses que protegem contra a nova cepa, com a ajuda da Opas (Organização Pan-americana de Saúde). A vacina ainda não é autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e não pode ser comprada por clínicas particulares, mas tem permissão para ser usada na rede pública diante de surto.

Quando chegarem, a SES planeja repetir a mesma estratégia usada na imunização contra a 2b. "A gente procura as pessoas para vacinar, a gente entra em contato com centros especializados a atender grupos de vulnerabilidade", finaliza Ana Paula.

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