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Cidades

Após condenação, Minotauro e esposa respondem por propina a MP paraguaio

Agentes paraguaios receberam caneta Mont Blanc, avaliada em US$ 900, além de US$ 10 mil em dinheiro do narcotraficante

Tainá Jara | 01/12/2020 15:10
Caneta da marca Mont Blanc, avaliada em US$ 900, e oferecida para integrantes do MP paraguaio (Foto: Divulgação/MPF-MS)
Caneta da marca Mont Blanc, avaliada em US$ 900, e oferecida para integrantes do MP paraguaio (Foto: Divulgação/MPF-MS)

pós condenação em ação por organização criminosa, corrupção ativa e falsidade ideológica, o narcotraficante, Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, e sua mulher e advogada, Maria Alciris Cabral Jara, agora respondem por pagamento de propina a dois integrantes do Ministério Público paraguaio.

Cada um dos agentes públicos recebeu uma caneta da marca Mont Blanc, avaliada em US$ 900, e um deles recebeu mais US$ 10 mil em dinheiro na intenção era arquivar investigações relacionadas a eles.

Hugo Volpe, coordenava o grupo que investigava e denunciava o tráfico de drogas em âmbito nacional no país vizinho. O outro, Armando Cantero, que recebeu também a quantia em dinheiro, era o responsável pelo combate ao tráfico de drogas na região de Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com o município sul-mato-grossense de Ponta Porã.

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Sérgio Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”, no dia e que foi preso em SC (Foto: Divulgação)

Ambos eram agentes fiscais do Ministério Público do Paraguai, cargo equivalente ao de promotor de justiça no Brasil

Minotauro e Maritê integram associação criminosa especializada no tráfico internacional de drogas e corrupção ativa de funcionários públicos. Ele é apontado como uma das lideranças do PCC que agora disputa controle do crime na fronteira.

A principal atividade da organização de Minotauro era a comercialização de cocaína proveniente da Bolívia. A logística consistia em buscar a droga na Bolívia em aviões, descarregar em uma fazenda na região de Pedro Juan Caballero e, dali, distribuir para os mais diversos destinos nacionais e internacionais.

A Minotauro, cabia fomentar a produção e negociar a comercialização da droga em larga escala, além de comandar as relações da organização criminosa, seja através de violência e ameaças ou da “diplomacia”.

Já Maritê, pessoa de confiança de Minotauro, era a gestora financeira da organização, responsável pela contabilidade, que incluía pagamentos mensais a policiais paraguaios e toda a aproximação e negociação junto aos membros do Ministério Público do país vizinho, além da organização dos voos com carregamentos de drogas e da administração dos bens móveis e imóveis do grupo criminoso.

A Justiça Federal em Ponta Porã (MS) recebeu a nova denúncia de corrupção ativa em 19 de novembro. Oferecida pelo MPF (Ministério Público Federal), em julho de 2020, a investigação se baseia em inquérito policial que comprova o pagamento de propina.

Condenação – Em setembro passado, a JF em Ponta Porã condenou Minotauro a 40 anos de prisão no bojo de outra ação penal, por chefiar organização criminosa, praticar corrupção ativa junto a policiais paraguaios e por falsidade ideológica com base na emissão e utilização de documentos em nome de terceiros.

A sentença condenou ainda a esposa de Minotauro, Maria Alciris, a 20 anos de prisão pelos crimes de organização criminosa e corrupção ativa, e o piloto Emerson da Silva Lima a 8 anos por integrar a referida organização criminosa.

Minotauro encontra-se preso na Penitenciária Federal de Brasília desde fevereiro de 2019. Já Maritê encontra-se presa preventivamente na Penitenciária Feminina de Sant'Ana, em São Paulo.

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