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Capital

Greve de motoristas confirmada para segunda afetará mais de 100 mil passageiros

Consórcio pagou 50% dos salários dos funcionários, mas sindicato exige quitação total para retomar serviço

Por Mylena Fraiha | 14/12/2025 17:15
Greve de motoristas confirmada para segunda afetará mais de 100 mil passageiros
Passageira encontro portão do Terminal Bandeirantes fechado em paralisação realizada em outubro; nova greve irá afetar mais de 100 mil passageiros (Foto: Marcos Maluf)

Mesmo após o pagamento de 50% dos salários atrasados, a greve geral dos motoristas de ônibus de Campo Grande está mantida e começa nesta segunda-feira (15). A paralisação deve afetar mais de 100 mil usuários do transporte coletivo. A informação foi confirmada neste domingo (14) pelo STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), enquanto os ônibus ainda circulavam normalmente.

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A greve geral dos motoristas de ônibus em Campo Grande, prevista para segunda-feira (14), afetará mais de 100 mil usuários do transporte coletivo. A paralisação foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano, mesmo após o pagamento de 50% dos salários atrasados pelo Consórcio Guaicurus. O movimento grevista foi decidido após assembleia com mais de 200 motoristas que não receberam integralmente o salário de novembro. A categoria exige, além do pagamento restante, a quitação da segunda parcela do 13º salário e do vale. O impasse ocorre em meio a divergências entre o consórcio e a Prefeitura sobre repasses financeiros.

A decisão foi tomada na quinta-feira (11), em assembleia com mais de 200 motoristas que não receberam integralmente o salário previsto para o dia 5 de dezembro. Na sexta-feira (12), o Consórcio Guaicurus informou ter quitado metade do valor em atraso, mas o pagamento parcial não foi suficiente para suspender o movimento grevista.

O presidente do STTCU-CG, Demétrio Freitas, reiterou neste domingo que a frota ficará 100% parada a partir de segunda-feira e só retornará após o pagamento. “Caso sejam efetuados os pagamentos referentes ao mês de novembro, que já está em atraso, e também do 13º, segunda parcela, além do vale, na terça-feira o serviço volta ao normal. Caso contrário, o retorno dos ônibus fica condicionado ao pagamento desses vencimentos”, explicou.

A paralisação deve impactar diretamente trabalhadores que dependem do transporte público para se deslocar. Dados divulgados pelo Consórcio Guaicurus apontam que, em agosto do ano passado, a média mensal de passageiros transportados foi de 3.248.211.

Já o 32º Perfil Socioeconômico do Município, divulgado pela Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) em agosto de 2025, com dados de 2023, indica média diária de 116.166 passageiros, em cerca de 72 mil quilômetros rodados por dia.

Em paralisações recentes, os efeitos foram imediatos. A anterior ocorreu em 22 de outubro, após 47 horas de atraso no vale. Naquele dia, o movimento foi organizado para que os ônibus só deixassem as garagens às 6h, pegando de surpresa principalmente quem depende das primeiras linhas da madrugada.

A paralisação também provocou aumento expressivo no preço das corridas por aplicativo. Um exemplo foi uma corrida naquele dia, de R$ 77,20 entre a Vivenda do Bosque e o Residencial Mário Covas. Em dias normais, o valor é de R$ 30. Portanto, mais que dobrou.

O trânsito também ficou congestionado em várias vias, especialmente nos acessos dos bairros ao Centro, o que também dificultou o deslocamento de motoristas que não dependem do transporte coletivo, mas acabaram envolvidos na lentidão provocada pela redução da frota.

Impasse – O impasse ocorre em meio a divergências públicas entre o consórcio e a Prefeitura de Campo Grande. A empresa atribui a crise financeira à inadimplência do poder público, enquanto o município afirma que os repasses estão em dia, inclusive com a antecipação de 57% da subvenção referente ao mês de novembro.

Em nota, o Consórcio Guaicurus informou que os recursos disponíveis foram direcionados prioritariamente à folha de pagamento e a despesas consideradas essenciais para manter a operação, como combustível e manutenção da frota. Segundo a empresa, não foi possível quitar integralmente os salários neste momento.

A concessionária afirmou ainda que todas as linhas de crédito disponíveis estão comprometidas, o que dificulta a obtenção imediata de novos recursos, e que trabalha para viabilizar o pagamento da parcela restante o mais rápido possível.

Já a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados) contestou a justificativa financeira apresentada pelo consórcio, classificou a greve como sem fundamento e sinalizou possível ilegalidade do movimento.

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