Próximas pandemias poderão ser de arboviroses, alerta infectologista
Entre os motivos que favorecem a disseminação de doenças estão as mudanças climáticas e superpopulação mundial
Cinco anos após a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretar a pandemia de covid-19, em 11 de março de 2020, infectologistas alertam para o risco de novas pandemias. Segundo especialistas, diversos fatores favorecem a disseminação de doenças, e as próximas emergências sanitárias podem ser causadas por arboviroses – doenças transmitidas por mosquitos, carrapatos ou aranhas.
RESUMO
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Cinco anos após a pandemia de Covid-19, infectologistas alertam para o risco de novas pandemias, desta vez causadas por arboviroses, como dengue, chikungunya e zika, transmitidas por mosquitos. Fatores como superpopulação, mudanças climáticas e resistência a medicamentos favorecem essas doenças. Especialistas destacam a importância de respostas rápidas e a experiência adquirida com a Covid-19 para enfrentar futuras emergências sanitárias. A pandemia de Covid-19 foi um grande desafio, mas também uma lição sobre a importância da ciência e da preparação global.
Entre as arboviroses mais conhecidas no Brasil estão as transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, chikungunya e zika. A infectologista Mariana Croda explica que, embora pandemias sejam comumente associadas a vírus respiratórios, as arboviroses podem se tornar ainda mais frequentes devido a uma série de fatores. Ela destaca, por exemplo, o atual surto de chikungunya que atinge diversas regiões do país.
Entre os fatores que favorecem novas pandemias, a médica cita a superpopulação global, as mudanças climáticas e o aquecimento global, o envelhecimento populacional e o aumento das mutações e resistências de vírus e bactérias a medicamentos.
"É a primeira vez que vivemos um cenário com um número tão alto de pessoas idosas, além de vários outros fatores que indicam o avanço das pandemias", alerta Croda.
O infectologista Maurício Pompílio também concorda que novas pandemias podem surgir nos próximos anos e ressalta a importância de manter a sociedade e as entidades de saúde em alerta. Segundo ele, uma resposta rápida a emergências globais é fundamental para minimizar impactos.
Pompílio lembra que, em 2020, o mundo precisou reagir rapidamente para conter a Covid-19, seja na produção de medicamentos, equipamentos de saúde ou na organização dos serviços.
"Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e tantos outros profissionais de saúde se mobilizaram para cuidar dos pacientes. A ciência buscou respostas rapidamente, produzindo medicamentos e, em seguida, vacinas, que foram essenciais para controlar a pandemia", destaca.
Mariana Croda afirma que a pandemia foi o maior desafio de sua carreira. Formada há 23 anos, ela relata que, apesar de ter sido preparada para enfrentar eventos dessa magnitude, nunca imaginou que isso aconteceria.
"A pandemia de H1N1, entre 2009 e 2010, foi uma grande escola. Tivemos um número significativo de óbitos, e eu imaginava que algo semelhante poderia ocorrer no futuro, mas não nessa proporção", explica.
Sobre as medidas de enfrentamento no Brasil, a médica reconhece que houve críticas, mas destaca o esforço nacional e global para desenvolver vacinas em menos de um ano e identificar fatores de risco.
"O esforço mundial para enfrentar a pandemia foi impressionante. A vigilância genômica já havia mapeado o vírus em janeiro, e diversos ensaios clínicos foram realizados em tempo recorde", exemplifica.
Atualmente, Croda acredita que há uma perspectiva mais otimista para o enfrentamento de novas pandemias. "O grande desafio foi o desconhecimento sobre o comportamento do vírus, sua transmissão e letalidade. Os serviços de saúde não acompanharam a velocidade da disseminação da doença, o que levou ao colapso do sistema. Após a Covid-19, essa realidade pode ter mudado globalmente", conclui.
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