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Cidades

Com população resistente, IBGE quer desmistificar Censo e faz apelo em ‘Dia C’

Pesquisa serve para mapear cenário brasileiro a cada 10 anos

Jéssica Benitez e Bruna Marques | 08/10/2022 15:17
IBGE faz força-tarefa para convencer população a participar (Foto Henrique Kawaminami)
IBGE faz força-tarefa para convencer população a participar (Foto Henrique Kawaminami)

Diante da resistência da população em responder o Censo Demográfico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realiza o ‘Dia C’ em todo o Brasil. O intuito é desmistificar informações que estão colocando a pesquisa em xeque. Para isso, em Campo Grande, treze funcionários do Instituto estão na Praça Ary Coelho neste sábado (8).

De acordo com a coordenadora censitária de sub área, Lara Aquino Junges, 26 anos, dentre as informações desencontradas, está o fato de estarmos em ano eleitoral. “Aí o pessoal acha que é pesquisa política, mas não tem nada a ver. O Censo Demográfico é a pesquisa mais importante do país e quer saber o perfil do brasileiro”, explicou.

Responsável pela área central da Capital, Lara completa que sem atualização dos dados os municípios podem ser prejudicados até mesmo com falta de verba. “Porque são informações determinantes para que haja políticas públicas. Eu como cidadã sinceramente não consigo entender (o porquê de tanta resistência)”.

É com base na atualização do Censo Demográfico que o poder público detecta aonde faltam escolas, hospitais, postos policiais e tantas outras demandas relacionadas diretamente aos direitos básicos da população.

Além disso, cada casa que se recusa a responder o questionário é um trabalho perdido ao recenseador, tendo em vista que o ganho é por produção. "Aí ele precisa voltar várias vezes ao mesmo local ou entregar a área incompleta".

Prorrogação – No início desta semana o diretor do IBGE, Cimar Azeredo, anunciou que o fim da coleta de dados foi adiado para dezembro, inicialmente o prazo era outubro. Isso porque falta recenseadores para executar o ofício.

Até agora pouco mais da metade das vagas foi preenchida em todo o país. Com isso, além da resistência em responder ao questionário, o número de entrevistados segue baixo por falta de mão de obra. Dos 215 milhões de cidadãos previstos, somente 104,4 milhões já foram ouvidos.

Precariedade – Iniciada em agosto, as atividades também sofreram danos devido à falta de pagamento ocorrida no primeiro mês, fato que estimulou a desistência de muitos recenseadores. Outro fator foi a ausência de segurança, já que o trabalhador precisa andar pelos bairros munido de equipamento.

Em Campo Grande, assim como em outras cidades brasileiras, uma supervisora e recenseadora do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foram assaltadas por dois criminosos, um deles armado, enquanto realizavam as entrevistas no Bairro Coophatrabalho.

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