Consórcio levanta barracões para começar o acesso à ponte da Rota Bioceânica
Construtoras ainda aguardam estudos do Dnit para que desapropriações sejam feitas e obra comece
A obra da estrada que ligará a BR-267 à ponte da Rota Bioceânica, em Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, até a cidade de Carmelo Peralta, deve começar dentro de algumas semanas. Segundo informações repassadas pela Construtora Caiapó, que junto da Paulitec e DP Barros Pavimentação formam Consórcio PDC Fronteira, eles ainda aguardam alguns estudos do Dnit (Departamento Nacional de Trânsito) para começarem os trabalhos.
Porém, os barracões que vão abrigar os funcionários e equipamentos já estão sendo montados às margens da rodovia. Imagens aéreas mostram quão avançada está a montagem da estrutura.
O acesso rodoviário terá 13 quilômetros de extensão, custará R$ 472 milhões e passará por dezenas de propriedades rurais, o que vai demandar um complexo processo de desapropriações encabeçado pelo Dnit.
Inclusive, o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra (PSDB), em reunião com alguns desses proprietários, disse ter ouvido reclamações sobre a falta de informação em relação às desapropriações.
“Alguns vieram me falar que falta comunicação, que não sabem se é a empresa ou se é o Dnit, mas acho que já estão resolvendo”, declarou o prefeito.
O consórcio será responsável apenas pela elaboração dos projetos básicos e executivos de engenharia, execução das obras de implantação e pavimentação do acesso à ponte internacional sobre o rio Paraguai, contorno rodoviário de Porto Murtinho na BR-267/MS e centro aduaneiro de controle de fronteira.
Em novembro de 2023, o governo havia informado que prazo para execução do projeto do acesso era de 26 meses, o que faria a obra ser entregue no primeiro semestre de 2026.
Também está prevista a construção de um Centro Integrado do Controle de Fronteira. Os valores serão divididos como sendo 50% para o acesso e 50% para o Centro Alfandegário.
O Campo Grande News acionou o Dnit sobre as reclamações de falta de comunicação e andamento do projeto, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.
Detalhamento do projeto - De acordo com o projeto detalhado do acesso, a pista de rolamento do acesso terá 2 x 3,60 metros, o acostamento será de 2 x 3 metros, a largura total da plataforma será de 13,20 metros e a faixa de domínio terá 100 metros. Serão instalados 18 bueiros (tubulares e celulares, sendo cinco deles destinados à passagem de fauna).
A obra contará com um viaduto de passagem superior na BR-267, seis pontes de concreto e uma extensão total de OAE de 1.360 metros. O prazo de execução (projeto e obras) é de 26 meses. O empreendimento é parte de corredor que passa por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, tornando-se fundamental para aumentar a integração entre os países da América Latina.
A ponte - A obra da ponte sobre o Rio Paraguai, motivo pelo qual o acesso é necessário, está com mais de 60% concluída e previsão de conclusão em 2025. Ela faz parte de um complexo estrutural logístico que vai conectar o Centro-Oeste brasileiro ao Paraguai e à Argentina, até chegar aos portos de Iquique e Antofagasta, no Chile, e facilitar as relações comerciais com países asiáticos. A ponte é financiada pela Itaipu e construída pelo Consórcio Pybra, tendo começado no lado paraguaio.
O início da estrutura no lado brasileiro é recente, mas os pilares sobem rapidamente, já começando, inclusive, a ser acrescentada a plataforma central da ponte.
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Colaborou Toninho Ruiz
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