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Cidades

Defesa teme que Jamil Name morra em presídio federal e pede prisão domiciliar

“Podendo as condições inapropriadas do cárcere levarem a óbito o interno”, afirma o advogado David Moura de Olindo

Aline dos Santos | 28/01/2020 08:51
Jamil Name (de touca) foi preso em 27 de setembro na operação Omertá. (Foto: Waldenir Rezende/Correio do Estado)
Jamil Name (de touca) foi preso em 27 de setembro na operação Omertá. (Foto: Waldenir Rezende/Correio do Estado)

A defesa do empresário Jamil Name, de 80 anos, preso desde 27 de setembro na operação Omertá, aponta agravamento do estado de saúde, com quadro de diabetes, hipertensão e perda de 11 quilos, para pedir a revogação da prisão preventiva. A defesa teme que ele morra na cadeia.

“Podendo as condições inapropriadas do cárcere levarem a óbito o interno”, afirma o advogado David Moura de Olindo, que solicita a prisão domiciliar.

Os prontuários médicos de Name, atualmente na penitenciária federal de Mossoró (Rio Grande do Norte), foram analisados pelo médico Jamal Salem, que atendia o empresário antes da prisão. Em 31 de outubro, ele pesava 89 quilos. No último dia 17 de janeiro, estava com 78 quilos. 

De acordo com o advogado, o pedido de prisão domiciliar se baseia nos seguintes argumentos: ele tem 80 anos, está extremamente debilitado, é o único responsável pelos netos de até 12 anos e que a lei preza pela dignidade da pessoa humana.

Preso por suspeita de liderar organização criminosa, grupo de extermínio e milícia armada, Name já ficou preso no Centro de Triagem Anízio Lima, na penitenciária federal de Campo Grande e agora está em Mossoró.

Segundo a defesa, “os sistemas prisionais em que restou recolhido não tiveram condições de oferecer atendimentos e tratamentos necessários, o que interfere diretamente e agrava o estado de saúde do interno”.

No pedido, o advogado lembra que o juiz corregedor do presídio no Rio Grande do Norte indeferiu a permanência de Name na unidade penal. Conforme David Olindo, não é correto manter o empresário preso em situação degradante só para cumprir o papel de prender.

A defesa ainda aponta que um homem octogenário e enfermo não vai prejudicar o andamento das investigações. David Olindo sugere à Justiça a aplicação de outras medidas, como monitoramento por tornozeleira eletrônica e proibição de se aproximar dos demais investigados. 

O documento da defesa foi protocolado ontem (dia 27) na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande e ainda não houve decisão. No processo, Jamil Name, Jamil Name Filho e outras cinco pessoas são réus pela execução do universitário Matheus Coutinho Xavier, 19 anos.

A suspeita é de que o alvo era Paulo Roberto Teixeira Xavier, policial e pai da vítima. O jovem foi fuzilado em 9 de abril do ano passado, em frente de casa, no Jardim Bela Vista, em Campo Grande.

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