Milícia de Razuk ignorou ofensiva e expandiu negócios, mostrou Gaeco em denúncia
Após três fases da Successione, grupo se reorganizou para continuar lucrando com o bicho

Mesmo após prisões, denúncias e sucessivas fases da Operação Successione, a organização criminosa liderada pela família Razuk seguiu em plena atividade. E mais do que isso: se reorganizou e ampliou sua atuação em Mato Grosso do Sul. É o que revela a 4ª fase da operação, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) em 25 de novembro de 2025, com base em decisão judicial que autorizou 20 prisões preventivas e o cumprimento de 32 mandados de busca e apreensão em quatro estados.
RESUMO
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A organização criminosa liderada pela família Razuk expandiu suas operações em Mato Grosso do Sul, mesmo após prisões e denúncias da Operação Successione. O grupo, que busca o monopólio do jogo do bicho, estendeu sua atuação para outros estados, conforme revelou a 4ª fase da operação deflagrada pelo Gaeco. As investigações resultaram na apreensão de R$ 274.900,00 em dinheiro, armas, munições e equipamentos de apostas. A denúncia do Ministério Público aponta que a organização, liderada por Roberto Razuk e seus filhos, incluindo o deputado estadual Neno Razuk, mantém-se ativa através de uma rede de corrupção e violência.
Segundo a denúncia, oferecida à Justiça pelo Gaeco no dia 10 deste mês, as ofensivas anteriores não foram suficientes para conter o grupo. Ao contrário. As investigações apontam que a organização “se mantém ativa e atuante”, desafiando o poder público e reforçando seu principal objetivo: o monopólio do jogo do bicho, especialmente em Campo Grande e Dourados, além de outras cidades do interior.
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A 4ª fase da Successione foi autorizada pelo Juízo do Núcleo de Garantias da 1ª Circunscrição de Campo Grande, após o Gaeco demonstrar a continuidade delitiva, a periculosidade dos integrantes da milícia e a ineficácia de medidas cautelares alternativas. Os mandados foram cumpridos em Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, evidenciando também, segundo a acusação, a capilaridade e expansão territorial do grupo.
Para o Ministério Público, a última ofensiva deixa claro que a organização não foi desarticulada, mas se adaptou. A acusação resume o cenário ao afirmar que o grupo “continua atuando fortemente em diversas cidades do Estado”, sustentado por dinheiro, violência e corrupção.
A denúncia é categórica ao afirmar que, mesmo após as fases anteriores da investigação, a organização “manteve e aumentou a abrangência criminosa dentro de Mato Grosso do Sul, com seus tentáculos alcançando também outras cidades do Estado”.
Aponta ainda que os Razuk conseguiram extrapolar as divisas de Mato Grosso do Sul. Isso ficou evidenciado quando parte das ordens de busca foram cumpridas não apenas no Estado, mas também no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, o que, segundo o Ministério Público, demonstra que o grupo mantinha ramificações, apoio operacional e circulação de recursos fora daqui.
Os promotores Gerson Eduardo de Araujo, Tiago Di Giulio Freire, Antenor Ferreira de Rezende Neto e Moisés Casarotto descrevem a quadrilha como estruturalmente ordenada, com divisão de tarefas e liderança concentrada no patriarca Roberto Razuk e em seus filhos, entre eles o deputado estadual Roberto Razuk Filho, o “Neno Razuk”. Para o Gaeco, o grupo é “armado, violento e sustentado por uma rede de corrupção e lavagem de dinheiro”.
A denúncia registra por fim que “a investigação demonstra categoricamente que a organização criminosa se mantém em plena atuação, mesmo após a deflagração da Operação Successione”, inclusive com a identificação de novos integrantes que não haviam sido denunciados nas fases iniciais.
Novas provas – O cumprimento dos 32 mandados de busca e apreensão resultou em um volume expressivo de provas materiais, segundo os acusados. O material coletado é considerado decisivo para demonstrar a atualidade da atividade criminosa.
Entre os itens apreendidos estão: R$ 274.900,00 em dinheiro vivo, além de 1.065 dólares em espécie, além de diversas folhas de cheque. Há ainda armas de fogo e munições de diversos calibres, reforçando a tese de que se trata de uma organização criminosa armada, máquinas utilizadas na exploração do jogo do bicho, incluindo equipamentos de apostas, documentos, recibos, cadernos e cadernetas com anotações detalhadas de apostas, registros de arrecadação, controle financeiro, rotas e pontos de exploração do jogo ilegal em cidades como Campo Grande, Dourados, Bataguassu, Glória de Dourados e Mundo Novo.
Em um dos alvos, a residência de Sérgio Donizete Balthazar, os investigadores encontraram documentos que, segundo a denúncia, demonstram “o controle dos elevados valores obtidos pela OrCrim com o jogo do bicho, bem como das rotas e pontos utilizados para exploração dessa atividade”.

Bancas em funcionamento – Durante a deflagração da 4ª fase, policiais também foram até bancas de jogo do bicho em Dourados. No local, responsáveis foram detidos em flagrante, com apreensão de máquinas, recibos e cadernos de apostas, conforme boletins de ocorrência.
Para o Ministério Público, o flagrante reforça que a atividade ilícita ocorria no momento da ação policial, afastando qualquer alegação de interrupção das práticas criminosas.
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